quarta-feira, 31 de março de 2010
COLAGEM
Marcar passo. Queluz. Abrantes. Pronto. Lisboa,Belém. Estágio. Professor. Sacavém. Carências. Subsídio. Oliveiras. Professor. Cartaxo. Cruz do Campo. Vinha. Agora é consigo.
terça-feira, 30 de março de 2010
DREZINA
Não contavam,e foram apanhados de surpresa. Fugiam macacos e lagartos,que o seguro morreu de velho. Era uma drezina pacífica a passar,serpenteando entre árvores esparsas.
segunda-feira, 29 de março de 2010
VIDA FÁCIL
Pareciam perdizes,aos bandos. Deviam ter vida fácil,que os alvos preferidos eram outros. Mas mal sentiam gente,lá deixavam a frescura das margens do rio.
domingo, 28 de março de 2010
UMA COBRA
O jipe passara em garganta estreita,perturbando o sossego de uma cobra,apanhando banhos de sol. E toda ela se ergueu,de cabeça bem levantada,pronta a defender-se.
sábado, 27 de março de 2010
ESCONDERIJOS
Aqui e ali,entre palmeiras,faixas de vegetação densa e espessa,cobriam o chão. Seriam óptimos esconderijos de bichinhos de todos os tamanhos. Pois não se viam,nem sequer ouviam. Teriam receio de dar notícia de si.
sexta-feira, 26 de março de 2010
VERDE
A água do rio não era verde,mas verde parecia. Verde era a vegetação que o envolvia e que na água se mirava.
quinta-feira, 25 de março de 2010
EM FUGA
A noite caíra,uma noite sem lua. O caminho,entre embondeiros,mal se via. Era o hábito que o adivinhava. Apenas se sentiam sons,já um tanto familiares. De súbito,ouve-se um bater de patas,de animal em fuga. Ele não fugiu,que uma casa estava perto.
quarta-feira, 24 de março de 2010
DESTREZA
Não era magia. A água subia,em jacto contínuo,do rio para a boca. O motor era uma mão,em rápida cadência. Muito pode a destreza.
terça-feira, 23 de março de 2010
CÁGADO PACHORRENTO
Mas que família estava ali no fundo da cova,onde permanecia um bocadinho de frescura. E eram formigas grandes e maneirinhas,e eram lagartixas,e eram ratinhos.Pobre do cágado pachorrento,que deitara a cabeça de fora. Daquela vez,escapara,mas não tardaria em marchar,que era ele melhor do que galinha.Olha ali um lince,à frente do jipe. Ainda tentou,mas tinha os dias contados.
segunda-feira, 22 de março de 2010
MAIS NADA
Estavam no seu pleno direito,pois então. Encontravam-se ali à espera de transporte que as levasse,bem como os seus carregos,e mais nada. Não era para serem fotografadas. Era o que faltava.
domingo, 21 de março de 2010
TEIMOSA
A chuva caía,uma chuva miudinha,teimosa. Tolos é que não eram,eles e elas,velhos e novos.
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sábado, 20 de março de 2010
A SALA
Como as coisas se alteram. Era uma sala destinada a todo um serviço. Os anos passaram,e a sala deu num objecto para pôr na sala.
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sexta-feira, 19 de março de 2010
NÃO SE ESQUECEU
Se não se importa,agradecia que me chamasse quando estivesse a analisar. Não se esqueceu.
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quinta-feira, 18 de março de 2010
O PASSARINHO
Ainda a noite ia a meio,mas já havia claridade lá fora,naquela paragem setentrional. E o passarinho viera trinar no parapeito da janela. Fizera isso uma vez só,vá-se lá saber porquê.
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O PRIMEIRO
Sim,não era o elegante aparelho que tantas vezes usara. Aquele tinha sido o primeiro. Estava como fora inventado. Servira de modelo para os muitos que depois se fizeram.
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quarta-feira, 17 de março de 2010
MESADA CURTA
Coitado dele,o dinheiro escasseava-lhe. E assim,volta não volta,era visto,frente à casa onde morava,a consertar a sua velha motorizada de duas rodas. Tinha de poupar,que a mesada era curta para as despesas de fim de semana.
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terça-feira, 16 de março de 2010
NUMA BANCADA
Ele tivera bom gosto. A moça era,sem dúvida,muito bonita,e muito prendada. E um dia,veio mostrá-la. Certamente para que melhor a vissem,sentou-a numa bancada.
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segunda-feira, 15 de março de 2010
POR TODOS OS LADOS
Eram o transistor,a televisão,os jornais,as conversas. Era o inglês por todos os lados. Algum tinha de ficar retido.
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domingo, 14 de março de 2010
SÓ O INGLÊS
Um figurão,na aparência. Ele era também o espanhol e o francês. E os outros,a bem dizer,só o inglês. Bem se ralavam eles,o que se compreendia muito bem.
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sábado, 13 de março de 2010
DE LONGE
As casas sucediam-se. E os jardinzinhos,também. Por vezes,havia falhas. Eram de gente de longe.
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sexta-feira, 12 de março de 2010
FERVILHAVAM
O tijolo estava à vista. Os livros empilhavam-se. O espaço para os trabalhadores escasseava. Nas bancadas, atravancavam-se os aparelhos. As ideias fervilhavam
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quinta-feira, 11 de março de 2010
ADMIRAR
Ah,é daí? Então,deve conhecer. Estive com ele há uns anos,mas não mais dele me esqueci. Não se calava. De admirar.
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quarta-feira, 10 de março de 2010
CONVERSAS
Ele bem se esforçava,mas nem uma palavrinha ele conseguia entender. Eram as senhoras lá das limpezas, nas suas conversas,enquanto iam dando conta do seu trabalho. Que língua tão estranha aquela.
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terça-feira, 9 de março de 2010
UMA AUTORIDADE
Então,deu por bem empregue o seu tempo? Viera agradecer as facilidades de que tinha beneficiado. Uma simpatia, o senhor,e uma autoridade.
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segunda-feira, 8 de março de 2010
V POR W
Custou,mas acabou por se perceber o que ele,às vezes,queria dizer. É que ele,onde estava W,pronunciava V.
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domingo, 7 de março de 2010
A QUALQUER HORA
Considerara aquilo como uma ofensa. É que o saco,via-se bem,trazia coisas de comer. E levou-o à dispensa. Tudo quanto lá se encontrava,estava à sua disposição,a qualquer hora.
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sábado, 6 de março de 2010
APENAS POR SI
Privara com os dois. Um,era amigo de toda a gente,o outro,amigo dele mesmo. Eram eles de cantos diferentes. Cada um respondia apenas por si. Vá-se lá fazer generalizações
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sexta-feira, 5 de março de 2010
A SALA
Como as coisas se alteram. Era uma sala destinada a todo um serviço. Os anos passaram,e a sala deu num objecto para pôr na sala.
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TODO O MUNDO
Chegara cedo. E assim,ao café,pôde estar com todo o mundo,algum do qual nunca sonhara ver.
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CLÁSSICOS CANTOS
Não fora novidade,pois sabia dos hábitos da Casa. E assim,teve quem o levasse,de manhã e de tarde,a ver os clássicos cantos. Num dos caminhos,cruzou-se com uma personalidade do outro lado do mar.
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UM CHÁ
Eram vizinhos. E assim,ficaria mal,não seria polido,se o não convidasse para um chá. E uma tarde,aconteceu.
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DO MAPA
Onde é que estavam os químicos,os matemáticos,gente assim importante,lá desse país? Sim,onde estavam? Logo,esse país devia ser riscado do mapa. E dali não saía.
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quinta-feira, 4 de março de 2010
RASTO
Mais uma prova da valia do senhor. Cerca de vinte anos tinham passado,e o seu rasto ainda se via por ali. Velhos e novos deram disso testemunho.
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quarta-feira, 3 de março de 2010
ATRASAR
As más línguas não perdoavam. Com uma pausa para o café,e outra para o chá,tinham de se atrasar.
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terça-feira, 2 de março de 2010
A META
Mal vinha o sinal verde,parecia que tinham de cortar a meta muito à frente do segundo. Assim,não se podia ter a mínima distracção.
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segunda-feira, 1 de março de 2010
CERA
Ora,o que lhe havia de aparecer? Um zumbido num dos ouvidos. Como não passava,motivo para bater à porta do Serviço Nacional de Saúde. Será do frio? Isso vai passar com umas gotas de azeite,que se vendia em farmácias,em frasquinhos. Não passou. Nova ida ao médico. Desta vez,acertou. Era cera,que foi tirada.
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