Estava casado há já quarenta e quatro anos,que se completavam precisamente naquele dia. E ele,mais uma vez,se esquecera. Fora a nora que o lembrara. Mas ainda ia a tempo de comprar um ramo de flores para oferecer à sua velha companheira.
Mas como não me havia de esquecer,se ando para aqui atafulhado de preocupações? A casa,sempre a mesma,precisou de obras urgentes e fui eu quem as teve de pagar. Foi um grande rombo,como deve calcular. Depois,o meu filho,que tem um curso superior,ganha uma miséria. É a mulher que o tem de ajudar,porque eu pouco posso. Ela é professora e anda a ver se arranja colocação,mas o horário que lhe dão não serve,por causa da criança. Vai ter que esgravatar por outro lado. Tem de ser.
Enfim,um grande sarilho,como vê. É sempre a mesma coisa. Estão os pobres cada vez mais pobres,sentenciou,e lá foi,a correr,comprar um ramo de flores no supermercado,lá ao pé da porta.
sábado, 17 de outubro de 2009
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