terça-feira, 29 de dezembro de 2009

CUIDADOS DA MAMÃ

Já não se estava em guerra,o que tinha sido um alívio,daqueles dos muito grandes. Ela findara,é certo,mas sentiam-se ainda sequelas suas. Entrara-se no seu rescaldo,que atingiu ainda muitos.Aquela mesa era uma prova evidente de que a carestia não se fora de todo,pelo menos nalguns cantos. Rondava por ali,com pezinhos de lã,com ares de se querer perpetuar. E ora veja-se se não era verdade. Pontificavam no cardápio três requintadas iguarias,quer dizer,alface, feijão dito colonial e manteiga de banha de porco.Ganharia um prémio o fotógrafo que tivesse registado,para a posteridade, a cara do anfitrião,deleitado com a excelência dos acepipes. Todo ele eram sorrisos de triunfo,quando,ele próprio,se encarregava do serviço,enchendo os pratos. Parecia estar a fornecer ambrósia.Para muitos,noutras mesas,seria,mesmo,ambrósia. Mas para aqueles moços,acabados de sair dos cuidados da mamã,aquilo não era mais do que ração de encarcerados. Estranharam muito,de inicio,é um facto,mas bem depressa se tiveram de resignar. Contribuiram para isso,um cágado que lhes ensinou a terem paciência,e um papagaio que não se cansava de lhes desejar bom apetite.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

PARECIA VOAR

Toda a gente sabe,ou devia saber,que se não deve mandriar,que se deve fazer pela vida,que a vida está lá à espera,muito nervosa,para ser vivida. E era o que aquela senhora estaria fazendo. Já não era nova,longe disso. Teria aí uns cinquenta ou sessenta anos,que isto de idades tem muito que se lhe diga. Toda ela se vestia de negro,de negro mais negro,da cabeça aos pés.Não se sabe o que ela teria vendido. Apenas se ouviu o que ela disse a alguém que lhe teria ficado com uma parte da sua mercadoria,o resto da qual,que ainda era muito,estava envolvido num pano,também negro,de negro mais negro,a servir de saco.Eu nunca mais esquecerei a senhora dona Maria e a dona Maria também não se irá esquecer de mim nunca mais. Pouco mais tempo ela ali se demorou,pois tinha lá, à sua espera,outras donas,Marias ou não. A pressa que ela levava,rua fora,ligeiramente a subir,merecia ter ficado registada. Parecia voar.

domingo, 27 de dezembro de 2009

DE CIGARRO NA MÃO DIREITA

O que se estava vendo era isto,mas já se vira isto muitas mais vezes. A idade rondará os setenta. O corpo é esguio,alto. As costas são direitas,que nem tábuas. A cabeça é pequena,como a de um passarinho. O cabelo é grisalho,levemente ondulado. O andar é lesto,ainda que tropeçado,talvez por assim ter saído.E ali ia ela,como sempre,de cigarro na mão direita. Dava um passo,aparentemente,inseguro,e levava o cigarro à boca. Dava um passo,recolhia a mão com o cigarro. Dava um passo,expelia o fumo. Dava um passo,levava o cigarro à boca. Isto,como uma máquina. As costas,sempre direitas,olhando em frente,imperturbável.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

QUEM VÊ CARAS...

Era um homem de meia idade. A sua cara não inspirava simpatia. Teria contribuído para isso uma ou outra palavra grosseira que se lhe ouvira.Naquela altura,esperava um transporte. Tinha junto de si uma cadeira de rodas,onde se sentava uma mulher sem uma das pernas. Quando o eléctrico chegou,os seus potentes braços facilmente deram conta do recado,içando cadeira e ocupante.Feito isto,sem ligar aos protestos de alguém que se estava sentindo muito incomodado com tal vizinhança,tratou de sentar a companheira num dos bancos. Imperturbável,veio desmanchar,com presteza, a cadeira,ficando na plataforma até vagar o lugar ao lado da mulher.E então,aconteceu o inesperado. Aquela cara, que parecia trancada, abriu-se em largos , meigos sorrisos. Aqueles olhos,que pareciam turvos,ficaram límpidos,brilhantes. A ternura dele comovia. É bem certo que quem vê caras não vê corações.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

O MALANDRO

Os nenúfares tinham-se encarregado de atapetar a superfície daquela ampla lagoa. O enfeltrado era denso e só muito perto da margem é que a água se revelava. Algumas avezinhas saltitavam de uma folha para outra. O silêncio era rei. À volta,cactos-candelabro faziam sentinela. Ao longe,cortinas de papiros,com os seus penachos,lembravam cabeças tontas,desmazeladas. Era aquela imensidão a morada de famílias de crocodilos. A sua vida seria uma rotina se não tivessem peles. É que elas despertavam a cobiça de alguns. Ainda um deles se confessara uns dias antes. Então,quem lhe pôs o joelho nesse estado? Fora uma sorte. Por um triz,não estava ele,naquela altura,a contar o que lhe sucedera. O malandro ainda respirava. Uma noite inteira a verter sangue e ainda estava vivo. Quando o puxara,julgando que estivesse já morto,como lhe acontecera de outras vezes,o malandro ainda tivera forças para lhe deitar o dente. Não desistira. Apenas passara a ser mais cauteloso. Eram uma tentação aquelas ricas peles.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

SAUDADES

Naquela manhã,o ajudante era outro. Teria aí uns trinta anos. Naquele local,tinham ficado restos da anterior inundação,formando pequenas lagoas. Muito perto de uma delas,construira-se uma casa, a sua casa. Era ali que as nuvens de mosquitos eram mais densas. Porque viveria ali naquele sítio,sozinho? E a resposta veio,uma resposta,de alguma maneira, inesperada,para aquele que o estava a ouvir. Julgava ele que não se gastasse ali de tal sentimento.Não quisera ir com os outros por se ter afeiçoado àquele local . Criara-se ali. Sentia falta dele. Saudades dos tempos de quando era menino,evocações do passado,já um tanto distante.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O NOVELO

O senhor José,naquela altura,andava mais tranquilo,podia dizer-se,até, que estava a viver a melhor fase da sua já longa vida. Durante muitos anos,tudo o que fizera,melhor ou pior,deixara-o insatisfeito,angustiado mesmo. Ele não sabia o que era. Se continuasse assim,como parecia que assim viesse a suceder, o melhor seria fazer as malas e abalar definitivamente lá para onde se não regressa.Um dia,inesperadamente,e com muita admiração sua,descobriu que tinha jeito para fazer pequenas construções,usando pauzinhos de fósforo. Arranjou um canto lá no seu quarto e lá passava horas fabricando.As coisas que saíam das suas velhas mãos ,só visto. Eram casas de diversos tamanhos e feitios, eram barcos,grandes e pequenos,eram figuras de pessoas e de animais,eram carrinhos de muitos modelos,modernos e antigos,e até cenas do dia a dia. Ainda não tinha acabado uma peça,e já estava imaginando outra,num frenesim,como que impelido sabia ele lá porque força.Aquilo,pode dizer-se,quase se assemelhava a um vício. Chegava a levantar-se de noite,para iniciar ou mesmo fazer nova obra. Daí a razão de ter escolhido o canto lá do quarto,se não arriscava-se a perder a nova ideia.Divertia-se,era o que também se podia dizer,um divertimento claramente inofensivo,assim todos fossem. Chegava-se a admirar do seu engenho. Como era aquilo possível,se ele nunca tinha dado conta? O que poderia ter feito se tivesse começado mais cedo? Era capaz,até,de ter havido evolução,quem sabe? Teria tentado outros materiais,como o barro,a pedra,o metal. Talvez até tivesse experimentado a pintura.As pessoas têm muitas capacidades escondidas. O que é preciso é pegar numa ponta,mesmo a brincar. Depois,sem se querer,como que comandado, o novelo desata a desenrolar-se ,e é um nunca mais parar. Será capaz,até,de se ir desenrolando até à hora da partida,como tem sucedido a alguns,daqueles de se lhe tirar o chapéu.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

BAGAÇOS E PASSAS

Os cimos onde ele se demorou ,só vistos. Foi mesmo façanha de estarrecer. Muito podem,pois,enganar os começos.Numa manhã de bater o queixo,quando ele andava muito cá por baixo,comendo pão que o diabo amassou,desabafara,a modos que desconfiando das suas capacidades. Não sei como me tenho aguentado.Metia um grande dó olhar para ele,um corpo amarfanhado,quase transparente. Meio curvado,cara lívida,olhos encovados,era uma personifcação da derrota.Estou aqui,já ia alta a manhã,apenas com um bagaço e uma passa. Coisas só para dar um calorzinho aos ossos. Muitos outros dias não teriam arrancado melhor.A escalada foi meteórica. A apoiá-lo,não lhe faltaram dons,deve afirmar-se,em abono da verdade,dons excelentíssemos. Mas sem aqueles muitos bagaços e muitas passas não teria,com toda a certeza,chegado tão alto e lá permanecido.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A CARTEIRA VOARA

Via-se bem que a senhora estava confusa,mesmo muito confusa. Não contaria que uma coisa daquelas lhe tivesse acontecido. A ela,uma senhora tão prestimosa,tão amiga de ajudar. Não havia peditório de rua a que ela se escusasse. Sempre pronta,sempre entre aqueles que se adiantavam. Seria,talvez,a primeira a oferecer-se.E era vê-la,de saquinho na mão,em pontos estratégicos,ao sol,à chuva. Não ficava ali passiva,não. Estimulava as dádivas,com palavras adequadas. Seria, certamente,a que conseguia as maiores colheitas.Pois tinham-lhe ido à mala. Distraira-se e a carteira voara. Como fora aquilo possível? Onde teria estado o seu anjo da guarda,que sempre a acompanhara? Tê-lo-iam apanhado também distraído,já que,nos dias que correm,até os melhores anjos são tentados?Feita quase estátua,estátua de perplexidade,assim esteve por largo tempo. Esperaria algum milagre.Talvez o larápio se arrependesse. Esperaria,atendendo ao bem que tinha feito,que a carteira lhe caísse do céu.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

MUITAS MANIAS

No reino da bicharada,apareceu por lá,um dia,um cágado cego e mudo. Durante muito tempo,tiveram pena dele,desfazendo-se em repetidos cuidados e atenções. Mas,a certa altura,já muito próximo da partida para outro mundo,tudo mudou,o que não era de esperar. É que,repentinamente,deu-lhe para exibir muitas manias. Se fosse apenas uma,vá que não vá,ainda se tolerava. Quem as não tem? Mas assim tantas,era de perder a paciência e disposição para o aturar. Mas havia uma que dava vontade de rir e era o que muitos faziam,por não resistirem à cena. Então,não é que se julgava o maior saltador do reino? E isso,porque, certa vez ,depois de muito tentar,conseguira saltar um milímetro. Sou o maior,sou o maior,não se cansava ele de atroar os ares.Passou a ser,pois,motivo de grande chacota. Ele não dava conta,coitado. E assim permaneceu,até que se foi desta para melhor

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

UMA AJUDINHA

Era uma terra nem pequena,nem grande,uma terra asim assim,que ficava lá para o cabo do mundo,mas com comboio à porta. Nessa terra,havia três pessoas importantes,o comerciante João,o médico e o engenheiro.O senhor João ia,uma vez por outra, à capital,para se actualizar. Aquilo era um contar de novidades de estarrecer,no café central,à noite,depois dos trabalhos. Certa vez,o senhor João contou também uma aventura. Oh senhor João,se a sua mulher calha a saber,coitada dela? Não tem dúvida. Ela sabe muito bem que é só dela que eu gosto,ela está sempre em primeiro lugar.O médico não tinha mãos a medir,mas não na sua profissão. Como a gente lá da terra raramente estava doente e ele não era de se encostar às paredes,arranjara outros interesses. Ele era agente disto e daquilo,era era agricultor,ele era,acima de tudo,mecânico de viaturas. A terra era ponto obrigatório de passagem de tractores e de camionetas,que,frequentemente,tinham as suas mazelas,a necessitar de tratamento. E o médico intervinha,a dar uma ajudinha. Chegava a estender-se no chão,a examinar eixos e cambotas,ficando numa lástima.O engenheiro era o responsável de uma grande obra. Por tal motivo e por estar muito interessado em encarecer o seu complexo trabalho,era ele que pontificava. A grande obra iria custar metade do que estava previsto. É que ele sabia poupar. Hoje meti nos cofres da empresa um dinheirão,era a sua expressão favorita. Quem eram os ouvintes para daquilo duvidar? Mas parecia haver ali economias a mais,alguém teria feito mal as contas.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

UMA SEMENTINHA

Uma vida humana desperdiçada em frivolidades,em ociosidade,é coisa muito,muito triste. As capacidades que em cada um moram,capacidades de mais valias,para usar uma expressão domingueira,à espera de serem aproveitadas. E é ainda mais triste quando se teve a sorte,ou o que se quiser chamar,de arranjar uma enxada,que muito poucos conseguem,a enxada da instrução. Naturalmente, a vida não é só trabalhar,como diria o senhor Francisco,pintor de tectos e de paredes. Mas o não trabalhar não deve assumir a prioridade. Fica mal,não é bonito.Tantas maneiras há de trabalhar,mesmo até não parecendo. Pensar nos outros,nas suas dificuldades,um modo simples de o fazer,sem gastos aparentes. Mas é muito triste gastar uma vida em questiúnculas,em malquerenças,em desencontros,em apagões,para não empregar termos mais violentos,que não é bom lembrar. Metem medo. Uma sementinha gasta-se,mas deixa uma ervinha,um arbusto,uma árvore ,que pode ser uma árvore gigante . Uma vida humana devia emitá-la. Seria bom que o fizesse.

sábado, 28 de novembro de 2009

MAIS QUE FAZER

O rei não ia nu,antes pelo contrário,mas ia só. Parecia isso uma grande ousadia,pois era sabido que muitos perigos o espreitavam. E a rua que ele descia estaria cheia deles. Tratava-se,de facto,de uma vereda muito apertada,quase imitando um desfiladeiro,de passeios miniaturais.Não admiraria,assim,que os serviços competentes ,muito previamente,tudo tivessem feito para garantir a segurança de sua majestade. A rua estaria vigiadíssima,só que não se notava à vista desarmada. Foi o que constatou um velho,que,por um muito mero acaso,se viu a caminhar atrás do rei. Olha,mas é o rei,e não leva séquito. Donde virá ele e para onde irá?Rapidamente ficou tudo esclarecido. É que,atentando melhor,deu conta de grande festa ali mesmo a dois passos. Estar-se-ia fazendo tarde e outra festa o esperaria,que os reis precisam de se distrair.Talvez sem dizer água-vai,o que não seria de estranhar,ele ali ia muito serenamente,sem olhar para trás,nem para os lados,que ele saberia estar bem guardado,para a sua carruagem,estacionada uns cem metros abaixo,numa meia-laranja,muito conveniente em garganta como aquela.Porque o velho aparentava não fazer mal a uma mosca,não fora incomodado na sua digressão ocasional. O mesmo aconteceu a um casalinho, entretido nos seus amores. Nem deram conta do velho,nem do rei. Tinham mais que fazer.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A ESTAÇÃO DO ENTRONCAMENTO

Era no verão,por altura dos Santos Populares. Seria bom que o povo tomasse contacto com a arte. E vai daí,fizeram uma exposição ao ar livre,num recinto convidativo,com árvores,com canteiros,num jardim. A um canto,arte abstracta,noutro canto,afastado,arte figurativa.E aconteceu,com frequência,o que era de esperar. Olhem para aquilo. Isto também eu pintava. Borradas,é o que tal coisa é. O meu filho,que anda na escola primária,podia ter aqui os seus desenhos. São muito melhores do que todos estes. Não têm jeito para fazer quadros que a gente entenda,depois,é o que se vê. Tanto tempo,tanta tinta,para sairem coisas destas. Olha a estação do Entroncamento. Era uma tela de grandes dimensões. Até parece que estamos lá. O homem sabe disto. E empurravam-se,todos queriam ficar bem ao pé,para não perderem nada. Sim senhor,isto é que arte. Pensam que a gente não consegue distinguir,mas estão muito enganados. Vejam lá como está tudo no seu lugar. O homem sabe do ofício. As plataformas,os comboios,os passageiros,os vendedores de pevides e de tremoços. E as cores?,cores de um rico dia de sol. Este comprava eu,se tivesse dinheiro. Ficava bem lá na sala. Agora, os outros,lá de trás,nem dados. Que diriam os parentes e os amigos se os vissem lá na sala? Que estávamos malucos de todo.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

CONTRASTE

O contraste era evidente. Ele,alto,para o forte,com mais de quarenta. Ela,baixinha,um tanto gorda,à roda dos vinte. Podiam ser pai e filha. Ela entrou e ficou encostada à janela,de pé. Ele aproximou-se,do lado de fora,e teve de se inclinar para se beijarem. Tinha serviço na segunda-feira,não sabia se no Algarve ou no Norte. Depois,digo-te. É que podíamos ir os dois. Arranjavas um pretexto,mas temos tempo.O contraste ganhava novas dimensões. O comportamento dele não condizia com o dela. Ele,bem disposto,descontraído,falando alto. Ela,acanhada,falando baixo.O comboio afastou-os. Quando saiu,ia de cabeça a olhar o chão,ao peso não se sabe de quê. Quase a correr,foi comprar tabaco. Talvez o fumar a levasse a cozinhar uma desculpa para a longa ausência. Que inventaria nas ocasiões seguintes? A cabeça,pequena para corpo tão avantajado,manteve-se sempre inclinada,enquanto esteve ali à vista.

sábado, 17 de outubro de 2009

UM GRANDE SARILHO

Estava casado há já quarenta e quatro anos,que se completavam precisamente naquele dia. E ele,mais uma vez,se esquecera. Fora a nora que o lembrara. Mas ainda ia a tempo de comprar um ramo de flores para oferecer à sua velha companheira.
Mas como não me havia de esquecer,se ando para aqui atafulhado de preocupações? A casa,sempre a mesma,precisou de obras urgentes e fui eu quem as teve de pagar. Foi um grande rombo,como deve calcular. Depois,o meu filho,que tem um curso superior,ganha uma miséria. É a mulher que o tem de ajudar,porque eu pouco posso. Ela é professora e anda a ver se arranja colocação,mas o horário que lhe dão não serve,por causa da criança. Vai ter que esgravatar por outro lado. Tem de ser.
Enfim,um grande sarilho,como vê. É sempre a mesma coisa. Estão os pobres cada vez mais pobres,sentenciou,e lá foi,a correr,comprar um ramo de flores no supermercado,lá ao pé da porta.

sábado, 3 de outubro de 2009

TUDO DE BORLA

Aquela paisagem,novíssima para ele,encantara-o,seduzira-o. Não sabia para onde se virar,pois em muitos quadros ela se desdobrava,todos de ficar a eles preso.Era o amplo vale que a seus pés se abria. Era o vagaroso rio,a serpentear,que mansamente o cortava. Era a galeria de palmeiras e bananeiras que o alegrava.As bananeiras cresciam ao Deus-dará,com os pés-mães e os filhotes criando densas cortinas. As palmeiras,esguias,procuravam o céu. Eram os palácios de mergulhões,que não desejariam outro poleiro,pois, além de quartos,tinham mesa e roupa lavada,tudo de borla.Podia dizer-se que o vale era verde. Até o rio verde era,de reflexos e de constituição. Havia ainda um outro verde,um verde mais carregado,de outras palmeiras,não tão elegantes,ordenadas,muito apaparicadas. Eram nelas que os exímios trepeiros mostravam as suas habilidades,quando os cachos estavam a pedir que os fossem lá colher.A noite caía quase a pique. E o verde passava a tons violáceos,tudo muito a correr,que era urgente ir descansar.Era nesta altura que os embondeiros,que o punham especado,muito respeitador e um tanto temeroso,na sua frente,pareciam fantasmas de muitos braços. E os seus frutos,de pedúnculos compridos,lembravam ratazanas que eles usariam para mais amedrontar.Mas mal o sol acordava,de novo o vale se pintava de verde,de um verde mais verde. E os fantasmas e as ratazanas iam dormir.

sábado, 26 de setembro de 2009

PANORÂMICA - AMIEIRA DO TEJO

Do blogue OLHARES DA NATUREZA,de ARMANDO GASPAR

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

AMIEIRA DO TEJO E DO CASTELO

Do castelo do pai de Nuno Álvares Pereira,Álvaro Gonçalves Pereira,Prior do Crato.

Do blogue OLHARES DA NATUREZA,de ARMANDO GASPAR

domingo, 20 de setembro de 2009

DA BARCA DE AMIEIRA DO TEJO

"No sítio do Pôrto há uma barca de passagem. Aí mesmo atravessou o Tejo o cadáver e préstito fúnebre da rainha Santa Isabel ,na sua trasladação de Estremoz a Coimbra. Por esse facto,diz-se,não há memória de ter sucedido nessa travessia infortúnio algum."

RAUL PROENÇA
Guia de Portugal 2º Volume
Biblioteca Nacional de Lisboa
1927

terça-feira, 15 de setembro de 2009

HISTÓRIA DO BRASIL, AFRÂNIO PEIXOTO - IV

AS ESPECIARIAS
Conheceu a Europa, assim, as especiarias dos trópicos.
Esse supérfluo tornou-se necessário. O clima ajudara a religião
a vestir os homens e, demais, a evitar os banhos — Michelet
pôde dizer, da Idade-Média: nem um banho, em mil anos! — E,
no corpo não lavado e na roupa não mudada — a roupa branca
interna, a camisa, começa a aparecer só depois de 1330 — as
excreções fazem repugnância, incomodidade, repulsão. Os
perfumes tropicais, sândalo, mirra, benjoim, incenso, misturas,
essências, cânfora, tinturas, foram um alívio e um deleite. Com
as essências e os perfumes, o suntuário que agrada à vista,
tapetes, sedas, cetins, telas, damascos, jóias, porcelanas, mil
objetos exóticos invadiram a Europa e tudo era “especiaria”....

In http://www.ebooksbrasil.org/nacionais/acrobatebook.html

HISTÓRIA DO BRASIL, AFRÂNIO PEIXOTO - III

PREFÁCIO

A história não é um arquivo, ou relicário de memórias
evocadas: seria de pouco préstimo. Ao contrário. A história é
uma criação contínua da vida. Além do documento, que
aparece todos os dias, alterando o juízo, esse juízo, com o
mesmo documento, muda com as gerações, dada a
sensibilidade diferente das gerações sucessivas... A evocação
deve ser animada para ser ressurreição. Daí o dito razoável de
historiador contemporâneo, Jacques Bainville: de vinte em
vinte anos devia-se reescrever a história....

In http://www.ebooksbrasil.org/nacionais/acrobatebook.html

HISTÓRIA DO BRASIL, AFRÂNIO PEIXOTO - II

O AUTOR
Afrânio Peixoto (Júlio A. P.), médico legista, político,
professor, crítico, ensaísta, romancista, historiador literário,
nasceu em Lençóis, nas Lavras Diamantinas, BA, em 14 de
dezembro de 1876, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12 de
janeiro de 1947. Eleito em 7 de maio de 1910 para a Cadeira n.
7, na sucessão de Euclides da Cunha, foi recebido em 14 de
agosto de 1911, pelo acadêmico Araripe Júnior....

In http://www.ebooksbrasil.org/nacionais/acrobatebook.html

HISTÓRIA DO BRASIL, AFRÂNIO PEIXOTO - I

Suceda o que suceder, o Brasil será
sempre uma herança de Portugal.
ROBERT SOUTHEY — “História do Brasil”.
Londres, 1819, v. 3.º, c. XLIV, págs. 697.

In http://www.ebooksbrasil.org/nacionais/acrobatebook.html

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

JÚLIO DINIS

"Foi simples,foi inteligente,foi puro. Trabalhou,criou,morreu. Mais feliz que nós,tem o seu destino afirmado,e para ele resolveu-se a questão."

EÇA DE QUEIROZ
Uma Campanha Alegre
Volume I
Lello &Irmão-Editores Porto
1979

NAU DOS CORVOS

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sábado, 5 de setembro de 2009

FARMS

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AS FÉRIAS

O homem,coitado,volta não volta,lastimava-se. Que o que ganhava era uma miséria,não dava nem para mandar cantar um cego,quanto mais para sustentar a família como devia ser. E não é só de agora. Não calcula o que tenho passado,a magicar na maneira de sair da cepa torta.Se não fossem para aí umas ajudas,não sei o que teria sido da mulher e dos filhos. Era capaz de já aqui não estar,por ter emigrado,como os lá de cima. Esses é que tiveram juízo. A bem ou de qualquer maneira,lá se foram escapando,para ali,para acolá,e agora é vê-los ,quando se chegam as férias. Está a ver?,as férias. Onde é que eles as tinham cá? Não sabiam o que isso era. Não trabalhar e ganhar. Era bom,era.E era um desfiar interminável. Tinha corda para um dia inteiro. Pudera,não pensava noutra coisa,sempre a matutar na forma de sair daquela encrenca.Numa manhã,um, com quem desabafara muitas vezes,deu-lhe para o experimentar. Oiça lá,se você tivesse as terras aqui deste patrão ,o que é que fazia? A resposta foi imediata. Olhe,tinha tantas amigas como ele.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

terça-feira, 1 de setembro de 2009

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

AIR POLLUTION AND ABILITY TO RAISE CROPS IN CHINA

http://www.sciencedaily.com/releases/2009/08/090814165303.htm

BRASIL,MÉXICO E HONDURAS

http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRSPE57G0GU20090817

US PAPER MONEY WITH TRACES OF COCAINE

http://www.sciencedaily.com/releases/2009/08/090816211843.htm

UMA DELÍCIA

A mesa estava posta,uma mesa única,de pensão,e os convivas foram chegando. Um deles,trazia um grande queijo fresco ,envolvido em papel de jornal. Pousou-o, destapado. Naquele fundo branco,eram bem visíveis marcas negras de letras. Mas ele não as veria ou não lhes atribuiria grande importância. Aquilo ficaria por ali,se ele não tivesse a amabilidade de oferecer. Acharia indelicado não o fazer,tanto mais que estava em presença de gente mais instruída do que ele. Estaria,pois,cheio de boas intenções. Por delicadeza,também,aquele a quem ele se dirigiu,talvez por se encontrar logo à sua direita,não lhe quis dizer porque não aceitava uma porção daquele queijo,que devia estar uma delícia,como o seu próprio dono,aliás,asseverou. Não havia melhor na terra,podem crer. O senhor insistiu e recebeu nova negativa. À terceira,explodiu. Pois é,é por ser oferecido por alguém de poucos estudos. E levantando-se,saiu desabridamente da sala,para não mais aparecer.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

UMA TEIMA

Nem davam conta,coitados,tão alheados,ou lá o que era,andavam. É que era uma teima,uma fixação,que se eternizava. Parecia terem-se-lhe varrido as ideias,só uma os dominando,ou lá o que era,e que era o de malhar,malhar sem
destino, lá num certo,que,não se sabia porquê,não fazia o que eles queriam.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

UM CASO DE CARÊNCIA DE MANGANÉSIO,1952 - XXX

Esta acção do cálcio nas disponibilidades imediatas dos elementos mínimos é de grande valor na prática agrícola. Grande número de casos de carência verificados em todo o globo têm a sua explicação no uso e abuso indescriminado das calagens. Quando se tratar da influência do pH na solubilização dos elementos,dir-se-á mais alguma coisa sobre o assunto.
Como cada um dos três catiões Ca,K e Mg interfere num grau diferente na absorção dos elementos mínimos,do jogo da sua acção pode resultar também um desiquilíbrio nalguns destes últimos. Assim,um baixo nível de potássio em relação ao cálcio e ao magnésio,triouxe,como conseqência,nas folhas das plantas atrás citadas,uma quantidade de manganésio muito maior do que a do cobre..
São também importantes as acções antagónicas do azoto sobre o fósforo e deste sobre o zinco.
A análise folhear pode induzir a existência de falsos antagonismos. Um deles é o que se verifica entre o azoto e o potássio. Quando o azoto se encontra em quantidade deficiente,há tendência para se dar uma acumulação de potássio;neste caso ,o que realmente existe é uma consequência dum crescimento reduzido.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

COISAS DA HISTÓRIA

Isabel Sodré,de origem inglesa,foi mãe de Vasco da Gama. Já antes,de Filipa de
Lencastre,viera a Ínclita Geração. Coisas da história.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A FRASE-3/8/9-C.M.

a frase
"A Entidade Reguladora da Comunicação Social é um órgão bizarro que a maioria dos indígenas deste sítio manhoso, pobre, deprimido, cheio de larápios e cada vez mais mal frequentado desconhece".
António Ribeiro Ferreira, jornalista, "Correio da Manhã", 03-08-2009

quarta-feira, 29 de julho de 2009

UM CASO DE CARÊNCIA DE MANGANÉSIO,1952 - XXIX

Aspectos de deficiência de ferro podem ser induzidos por uma quantidade excessiva de cobre,zinco,cobalto e manganésio. Esta acção parece explicar-se de uma forma catalítica,pela oxidação do ferro,tanto na solução do solo como no protoplasma. O ferro,no desempenho das suas funções,tem de se encontrar no estado de ião bivalente - a sua forma activa. Em presença de quantidades excessivas doutros elementos,de maior potencial de oxidação,dá-se a sua
transformação em ferro trivalente ,considerado ineficaz.
Como dissemos,o equilíbrio deve existir também entre os catiões utilizados em maior quantidade e os oligoelementos. Muitos casos de carência destes últimos estão intimamente ligados com uma desproporcionada intervenção dos primeiros. A acção do Ca,K e Mg manifesta-se,em primeiro lugar,fazendo deminuir o grau em que os elementos mínimos são absorvidos e,em segundo lugar,criando necessidades maiores em relação a eles. São,portanto,duas acções que se adicionam para um mesmo fim.
Das muitas experiências com plantas do género Aleurites verificou-se,por exemplo,que o aparecimento de sintomas resultantes de uma falta de
manganésio está muitas vezes dependente duma acumulação exagerada dum dos três catiões citados. O mesmo acontece para o zinco,cobre e boro. Em relação ao boro,é conhecida a influência que o cálcio e o potássio possuem em
acentuar as consequências duma falta deste elemento. Nas condições de excesso de boro,só o cálcio é capaz de trazer este elemento a um nível conveniente;o potássio,ao contrário,acentua o mal.

terça-feira, 28 de julho de 2009

JOGO LIMPO

Aquilo não atava,nem desatava,parecia estarem-se a medir forças,ou a ver como paravam as novas modas. Nada de passos precipitados,de que,depois,se teriam de arrepender,não indo a tempo,porque o que está feito,feito está.
E assim,alguém teria de ir aguentando,à espera de dias melhores,para,então,
poder respirar como deveria ser,que como vinha acontecendo há uns tempos,não era bom para ninguém,nem mesmo para aqueles que julgavam ter dado um passo certo,mas parecia que de certo nada tinha.
É que o que deveria interessar ,acima de tudo, era jogo limpo,que servia para os dois lados,pois que a sorte nem sempre está do mesmo lado. Com paciência,lá chegaria a vez de cada um,que assim é que é bonito,pois o mundo,esperava-se,não acabaria no dia seguinte.

NEM PIO

Eram onze horas de uma manhã soalheira de domingo. Acabara de sair de casa e trazia,além de um saco de lixo,um feixe de inveterados hábitos. Fechara a porta e dera o primeiro passo no passeio da sua rua,uma rua central lá do bairro. O que lhe apetecera imediatamente fazer,para cumprimentar a sua rua? Pois foi cuspir para o chão,com grande desenvoltura. Um outro isto observou sem espanto. Era o que tinha já visto,vezes sem conta. Mais,da mesma familia,haveria de ver. Era só dar tempo ao tempo. Não demorou muito. Tinha sido o último aquele cigarro. Foi a caixa atirada para o asfalto,sem cerimónias. Mas não há duas sem três,e,ao virar da esquina,lá estava a terceira,uma terceira encorpada. Nada menos do que três grandes poias,de três senhores cães,na relva do jardim. E os donos,ali ao lado,em animada cavaqueira. O que se há-de fazer? Nem pio. É que o risco é grande. Podem cuspir-lhe em cima,mandá-lo passear e não se sabe mais o quê.

domingo, 26 de julho de 2009

sexta-feira, 24 de julho de 2009

MARSHES - PÂNTANOS

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MAUS ENCONTROS

Era toda uma vasta área a estudar no que dizia respeito à qualidade dos solos. Tratava-se de um vale que saíra de uma inundação há já uns meses,mas ainda com restos dela.
Pois foram estes restos,deixados para o fim,que obrigaram a usar botas de borracha e sonda. Pobres mãos que ficaram numa lástima. A fotografia aérea,base do trabalho,e sede de registos,passou também a incluir números negativos,a indicar a profundidade da colheita. Não se foi além de quarenta,
pois havia o risco de maus encontros com crocodilos.
Uma coisa destas só vista,visto que contada não tem qualquer graça. É que havia mesmo por ali bichinhos desses. E quem já não podia contar era um javali que teria pisado o risco,indo para além da fundura indicada. Coisas que acontecem.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

UMA LIÇÃO

Gaivotas em terra nem sempre será sinal de borrasca. O dia estava,de facto,primaveril,com promessas de assim se repetir. Já as tinham visto aventurarem-se muito por terra adentro,em ocasiões de tempestade próxima,mas agora encontravam-se ali,no vasto largo,em grande número,enchendo os ares com o seu falar estridente. O que as levara a deixarem a beira-rio?Estava bem à vista do que se tratava. Naquele sítio,abundam pombos e pardais,à cata de alguma coisa que se coma. Para além de migalhas várias,que o contínuo passar de gente sempre produz,há as esporádicas contribuições que uns tantos se comprazem em distribuir. E naquela tarde,até grandes pedaços de pão faziam parte das iguarias. Ao seu cheiro,e fartas,talvez,da dieta de peixe,tinham vindo fazer concorrência aos seus parentes afastados.O espectáculo divertia a plateia,mas tinha o seu quê de preverso. Então,não é que, abusando da sua maior estatura,se apropriavam dos melhores bocados? Levantavam imediatamente voo,insensíveis aos protestos da gentalha,indo saboreá-los lá para longe.Estava certo isto? Não estava. Pois era o que se via e se teria visto noutras alturas. Dos sacos,saíram por algum tempo continuados fornecimentos,sempre com o mesmo destino. Insaciáveis e contumazes.Má pedagogia esta. Era o espectáculo que interessava,decerto,mas dele desprendia-se uma lição que alguns aprenderiam,apsar de não figurar no programa. Imponderáveis.

terça-feira, 21 de julho de 2009

CASA DE COELHOS

Aquilo era uma paisagem da Lua,ou de Marte,mas com coelhos. Os buracos eram tantos,que era quase um milagre as azinheiras estarem de pé.
E as carraças eram tantas,e de barriga tão cheia,que se davam ao luxo de passear,descontraidamente, por pele de gente,sem ferrarem o dente,ou lá o que era. E os tapetes de coisa repelida? Ficava a terra bem adubada.
É claro que certo trabalho estava muito facilitado,pois as covas eram muito mais do que as necessárias para se ver a qualidade da terra,feita cama de azinheiras e casa de coelhos. Escusado será dizer que receberam os coelhos muitos e muitos agradecimentos,sobretudo,por quem teria de cavar.

domingo, 19 de julho de 2009

UM CASO DE CARÊNCIA DE MANGANÉSIO,1952 - XXVIII

Fora das condições de equilíbrio,os elementos comportam-se,em regra,antagònicamente,e tanto mais quanto mais se encontrarem em estado de deficiência.
O antagonismo iónico é um fenómeno conhecido desde o princípio deste século,sendo actualmente considerado duma maneira idêntica aos fenómenos das trocas de iões, Este conceito explica como a acção antagónica é tão generalizada e como pode ser reversível.
O mais conhecido ,e ao mesmo tempo o mais importante do ponto de vista agrícola, é o antagonismo entre o potássio e o cálcio. Quando a relação molecular K/Ca é maior que a unidade,a absorção do potássio oscila muito pouco com a variação na concentração do cálcio;ao contrário,a absorção deste é
reduzida. Quando a relação é menor que a unidade,a absorção do potássio passa a valores menores;as variações na concentração deste elemento pouco influem na absorção do cálcio.
Os sintomas de deficiência do magnésio podem surgir como resultado dum excesso de potássio ou do cálcio,da mesma forma que o magnésio é responsável por uma aparente falta de potássio.

SYCAMORE - SICÓMORO

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sexta-feira, 17 de julho de 2009

NABUCCO PIPELINE

http://www.nabucco-pipeline.com/project/project-description-pipeline-route/project-description.html

AS VACAS

A erva mostrava-se queimada da geada. E o rendeiro,todo endomingado,como para uma festa,aproximara-se,contristado. Está a ver? Não me saberá dizer como é que eu vou alimentar as vacas?
Ele sabia que não teria resposta capaz,fora só para desabafar. Vai-me dizer que venda as vacas,antes que seja tarde,como me já têm dito? Não,não lhe vou dizer isso,mas também não sei o que lhe diga.
Olhe,pode ser que o tempo melhor,e que você venha a ter aqui erva para dar e vender,que a terra parece ter força para isso. Tenha esperança,e paciência,que as vacas não hão-de morrer. Deus o oiça.

VALOR EXAGERADO

Ainda bem que passou por aqui,que eu precisava de ter uma conversa com gente de fora,para estar mais à vontade. É aqui por causa desta minha courela. Já viu a qualidade dela,certamente. De resto,basta olhar para as oliveiras,que parecem uns fantasmas,de raquiíticas que são.
Bem,as oliveiras não tinham assim tão mau aspecto,mas ele precisava de desvalorizar a mercadoria. O terreno era de granito,mas era fundo. Havendo água,podia tirar dele milho que valesse. Pois era,mas onde ir arranjar o estrume necessário,se ele está pela hora da morte?
Isto tudo,coitado, para se queixar da contribuição que andava pagando,que teria sido fixada num valor exagerado,como lhe parecia. O que é que se lhe havia de dizer? O senhor parece ter razão,mas o meu serviço é outro. Espero que quando da nova avaliação fique mais satisfeito. Passe por cá muito bem.

ALFANGE - SANTARÉM

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RIBEIRA DE SANTARÉM - PORTUGAL

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quinta-feira, 16 de julho de 2009

PARA NÃO VARIAR

Dali,podia dizer-se,não havia nada a esperar. Mais tarde,ou mais cedo,haveria um afogamento.
Estaria o caso quase a arrumar-se,quando apareceu,inesperadamente, "uma bóia de salvação". E a "bóia" salvou,embora estivesse longe de ir actuar nessa qualidade. E aconteceu o inesperado.
Passou a constar que não iria haver nenhum afogamento. Eram tudo suposições lá da "bóia". Para o que lhe havia de dar. Ela nem era capaz de a si se salvar,quanto mais livrar outro de se afogar.
Mas a questão poderia ser outra,o que vinha baralhar as coisas. É que não se queria admitir que teria havido perigo de afogamento,pelo que não haveria nada a salvar. E assim ficaram as coisas,como,aliás,tem ficado muita coisa,para não variar. E assim,lá se iam,também,entretendo,
para,igualmente,não variar.

terça-feira, 14 de julho de 2009

ATKINSON GRIMSHAW

http://www.the-athenaeum.org/art/full.php?ID=20008

THE VENUS DE MILO

http://www4.pbase.com/hoppyeng/image/34974192/original

EDOUARD MANET

http://www.nationalgallery.org.uk/server.php?show=conObject.2268

OS TEMPOS MUDARAM

Que tempos aqueles,ainda bem que se foram de vez. Como é que as pessoas se haviam de entender com uns tão fortes exemplos? Estava-se mesmo a ver que não podiam,e era uma grande desgraça o que por lá ia.
Então,não é que se faziam alianças entre duas ou mais famílias,conforme o que por lá ia,ou não ia,só para contrariar as pretensões de uma outra,ou mais? Mais ainda,chegaram a fazer-se alianças entre inimigos declarados,só para cortar as voltas a um outro,que era inimigo dos dois.
Uma coisa destas não lembraria ao diabo mais diabo,mas era assim,não havia nada a fazer,a não esperar que os tempos mudassem,como mudaram,felizmente,que já não era sem tempo.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

UM CASO DE CARÊNCIA DE MANGANÉSIO,1952 - XXVII

Nas condições dum equilíbrio desejado,uma alteração na absorção dum elemento é a causa,em primeiro lugar,duma diminuição de crescimento,se simultaneamente se não der uma mudança proporcional nos outros elementos com ele relacionados. No caso desta alteração ser mais intensa,podem vir a surgir sintomas de verdadeira carência dum elemento.
As experiências que se têm feito no sentido de apurar a estreita relação que existe entre os diversos elementos levaram a concluir que o equilíbrio necessário para um normal crescimento e boa produção não se verifica sòmente entre os elementos absorvidos em maior quantidade;ele existe também entre os oligoelemtos e entre estes e os primeiros.

HONEY AGAINST BACTERIA

http://www.whatsonxiamen.com/wine_msg.php?titleid=583

UMA RATOEIRA

Era de noite,uma noite em que tinham ido à caça. Talvez ali,naquela baixa,junto ao rio,a caça surgisse. E lá entraram eles nela,na baixa. Afinal,tinham ido ao engano,pois caça não apareceu. E quiseram sair da baixa.
Era o saías. Por onde quer que tentassem,apenas água,e da funda,lhes aparecia. Uma ratoeira,não havia dúvida,um castigo para quem se preparava para fazer "maldades". Foi preciso parar,sair,e,a pé,procurar a vereda por onde tinham entrado.
Coitados deles,ali expostos,à voracidade de multidões de mosquitos,estimulados por quatro focos de luz. Foi uma noite difícil de esquecer,que as marcas deixadas por demoradas aspirações quase tinham sido feitas para ficar.

domingo, 12 de julho de 2009

AMPLO VALE

Não mais se pudera esquecer ele do rio Longa,ainda que se tivesse tratado apenas de uma convivência de escassos meses,mas que pareciam ter sido uma vida inteira,pela novidade,pela variedade,pela intensidade do viver. Tinha-se-lhe,de algum modo,entranhado.
Bebera da sua água,embora flitrada,lavara-se com ela,atravessara-o,duas,quatro vezes,a bem dizer,diariamente,de jangada,com demoras,caminhara ao longo das suas margens,por motivo de trabalho,ou por avaria do jipe,vira-o,lá do alto,serpenteando,mansamente,por amplo vale,deleitara-se com o frenesim de muitas bocas de peixe que nele moravam,na disputa de alguma coisa de comer,e com o voo picado de algum pelicano na procura de sustento,admirara a galeria de esguias palmeiras e de tufos de bananeiras que o alegravam,descera-o,uma vez,quase até à foz,vendo desfilar lagoas por ele deixadas,restos de inundação recente,lagoas atapetadas de nenúfares,assustara-se com o indesejável encontro com uma giboia,que ia lá à sua vida,quase noite,abandonando o fresquinho da sua casa de beira-rio.
Podia lá tê-lo esquecido. Fora conhecimento para sempre. Mas não só ele,mas também o Nhia,que o engrossava.

CARTA DE SOLOS DA FAZENDA LONGA-NHIA,ANGOLA

Carta de Solos da Fazenda Longa-Nhia (Angola), (4.000 hectares), escala 1:5.000, Companhia Angolana de Agricultura, 1960

Excerto de http://www.a-c-g.org/seiten/amilcarpt.htm

UM RESPEITÁVEL BANDO DE GALINHAS

Logo o jipe havia de aparecer,quando elas se estavam a sentir tão bem ali naquela clareira. Era um respeitável bando de galinhas,barrando o caminho.
Viram o jipe chegar,viram-no aproximar-se e nada de se moverem. O jipe avançava lentamente,à espera de elas se decidirem,acabando por tocar nalgumas.
Só nessa altura é que reagiram. Levantaram-se,sem pressas,e como o jipe insistia,lá iniciaram o voo,mas tão lentamente,tão sem vontade,tão pesadamente,que quase se lhes tocava.
Finalmente,lá guinaram para a mata,que no outro lado estava o rio,que não seria das suas simpatias.

sábado, 11 de julho de 2009

PARQUE NACIONAL DA KISSAMA - ANGOLA

Parque Nacional da Kissama
Estabelecido como Reserva de Caça em 16/04/1938, elevado à condição de Parque Nacional em 11/04/1957, sendo um dos maiores do país. Localizado no noroeste de Angola, a 75 quilômetros ao sul de Luanda, na zona sul da Província do Bengo, como já foi dito. Ocupa uma área de 9.600 km² e constitui uma das fontes de riqueza da Província, por sua localização geográfica junto ao rio Kwanza e o Oceano Atlântico.
Limites Naturais: Limitado ao norte pelo rio Kwanza desde a cidade de Muxima até o mar. No sul pelo rio Longa desde a estrada Mumbondo-Capolo até o mar. A oeste pela linha da costa entre a foz do rio Kwanza e a foz do rio Longa (parece que cobre 120 km da costa do Oceano Atlântico). E, a leste, é limitado pela estrada que vai de Muxima, Demba Chio, Mumbondo e Capolo até ao rio Longa.
Descrição: A vegetação varia muito das margens do Kwanza para o interior do parque, com manguezais, floresta densa, mosaico floresta-savana, floresta aberta e mata tropical seca com cactos e imbondeiros (árvore na foto abaixo). O parque conta com um estabelecimento para visitantes junto ao rio Kwanza, uma pousada e vários bangalôs. Está prevista a criação de um establecimento de luxo orientado para a pesca desportiva, a praia, cruzeiros no Kwanza, etc.
Foi o único parque nacional em funcionamento durante muito tempo, pois os outros parques tinham sido desativados devido a Guerra Civil Angolana. O parque albergava, antes dos conflitos armados, abundante vida animal como elefantes e palanca-negra-gigante, por exemplo, mas após 25 anos de guerra civil a população animal foi vastamente eleminada... Além da variedade de aves, ultimamente, podem ser encontrados: manatim? ou manati-africano (Trichechus senegalensis), palanca-vermelha, e talapoim (Miopithecus talapoin). Nas praias da região o aparecimento da tartaruga-marinha continua frequente.

Excerto de http://www.girafamania.com.br/africano/park_angola.html

Fauna
A fauna é rica e podemos encontrar em toda extensão da provincia pacaças, porco espinho, javalis, elefantes, macacos, etc. E uma variedade de aves exóticas no litoral e municípios do interior.
O parque Nacional da Kissama é um mais extensos do mundo, com uma área de 990.000hectares. Em 1938 foi estabelecido como Reserva de caça, e elevado a condição de Parque Nacional em 1957.
No interior do parque existem animais como elefantes, gungas, pacaças, nunces, golungos, porcos bravos, macacos, bambis, manatim, o talapoim e as tartarugas marinhas.
Na estação chuvosa grande parte das margens dos rios ficam submersas, e centenas de aves aquáticas como flamingos, garças, pelicanos, patos, gaivotas, águias e corvos manhos encontran-se nas suas margens.

Excerto de http://www.minhotur.gv.ao/portugues/bengo/geografia.html

RIO LONGA - ANGOLA

http://www.flickr.com/photos/kool2bbop/sets/72157604487000471/

JEITO HUMILDE

Coitado dele,nunca se tinha esquecido da sua antiga profissão,a de barbeiro,talvez nos intervalos lá da labuta nas pequenas courelas,que só lhe dariam para metade do que precisava. E abalara,um dia,e tivera sorte,trepando na escala.
Pois ali estava ele,talvez,até,quantas vezes,como lá na santa terrinha,que aquilo era tudo gente quase da mesma família,onde não havia lugar para cerimónias,ao ar livre, mostrando que não se tinha esquecido da sua arte.
E fê-lo descontraidamente,como se não fosse ele já o responsável de uma grande porção de coisas,como se não mandasse. Talvez nem tivesse pensado nisso,que ele guardava ainda uns restos do jeito humilde de quando da partida para a grande aventura.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

BESSIE SURTEES HOUSE - NEWCASTLE UPON TYNE

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NEWCASTLE UPON TYNE - REINO UNIDO

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SANTARÉM - PORTUGAL

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MONUMENTO NATURAL DAS PEGADAS DE DINOSSÁURIOS DAS SERRAS DE AIRES E CANDEEIROS - PORTUGAL

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JOGAR À BISCA

Era um inconformado. Herdara umas courelas,mas não soubera ou não pudera viver delas. E hoje,uma,amanhã outra,lá se foram algumas jóias da família. O que lhe valeu foi ser solteiro e ter um irmão, mais atilado,que o passou a sustentar.Vivia numa casita que pouco mais tinha do que um quarto,mas para ele chegava. Logo ao pé da porta, havia uma nora que começava a trabalhar bem cedo,o que lhe dava algum conforto. Sempre gostara da natureza e aquela água a cair dos alcatruzes era para ele como música celestial. Dava-lhe esse passatempo,complementado com a inspecção da horta,até ao almoço.De tarde,ia até à sede da filarmónica. Aqui se entretinha horas a fio,conversando e jogando às cartas ou ao dominó. Era do contra,e de vez em quando ia para trás das grades. Tratava-se de temporadas curtas,pois aquilo,no que lhe dizia respeito,não passava de paleio. De resto,ele era incapaz de fazer mal a uma mosca. Acontecia,porém,que lhe dava para dizer não,quando alguns queriam que ele dissesse sim.Como se depreende,dele não viria grande mal ao mundo. Assim o entendia quem tratava destes assuntos. Mas uma vez por outra,já se sabe,deixava de poder ouvir a nora e jogar à bisca. Felizmente que a família esperava sempre por ele. Mas há um momento em que não há ninguém que nos valha,mesmo que tenhamos dito sempre que sim.

terça-feira, 7 de julho de 2009

segunda-feira, 6 de julho de 2009

CORN,SOYBEANS,WHEAT FALL

http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20602013&sid=aVW84Mvo9Yq0

COMPANHIA DAS LEZÍRIAS (RIBATEJO) - PORTUGAL

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http://www.flickr.com/photos/biblarte/3043163115/sizes/l/in/set-72157609477377092/

http://www.flickr.com/photos/biblarte/3044003008/sizes/l/in/set-72157609477377092/

ERMIDA DE SÃO JOSÉ,COMPANHIA DAS LEZÍRIAS (RIBATEJO) - PORTUGAL

http://www.flickr.com/photos/biblarte/3043968408/sizes/l/in/set-72157609477377092/

Flickr The Commons - Biblioteca de Arte,Fundação Calouste Gulbenkian

CASTELO DE ESTREMOZ - PORTUGAL

http://www.flickr.com/photos/biblarte/3521962337/sizes/l/in/set-72157617996587128/

Flickr The Commons - Biblioteca de Arte,Fundação Calouste Gulbenkian

TRABALHAR

Mas digamos,não é só isto. Junqueiro nos últimos anos dilacerou-se até ao âmago,interrogando e interrogando-se,e tendo sempre diante de si o caminho da vida percorrido. Debalde nós queremos muitas vezes apagar certas pegadas que deixamos no pó da estrada. É impossível - moldaram-se em bronze. Vemo-lo então agarrar-se,não aos gozos da existência nem aos interesses,mas ao trabalho criador e à parte dolorosa da vida. O último gesto das suas mãos será para produzir.
- E não posso trabalhar! e já não posso trabalhar!

RAUL BRANDÃO
Memórias (Tomo II)
Obras Completas Vol.I p.243
Edição de José Carlos Seabra Pereira
Relógio D'Água
1999

sábado, 4 de julho de 2009

4TH JULY

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http://www.flickr.com/photos/jmtimages/2637703969/sizes/l/

http://www.flickr.com/photos/mikemcd/721421721/sizes/o/

http://www.flickr.com/photos/char1iej/2748044713/sizes/o/

MACHADO DE ASSIS

http://www.machadodeassis.org.br/

NASA NEW MOON IMAGES

http://www.nasa.gov/mission_pages/LRO/multimedia/lroimages/lroc_20090702_a.html

UM CASO DE CARÊNCIA DE MANGANÉSIO,1952 - XXVI

Para que nas plantas se realizem cabalmente as suas funções vitais,não é condição suficiente que os elementos de que elas carecem se encontrem no solo num nível superior a uma quantidade crítica. Os resultados da análise folhear têm demonstrado que não é necessário que a percentagem dum elemento fique aquém dum limite definido,para que se verifique uma diminuição na intensidade de crescimento,ou sobrevenham sintomas de deficiências várias. A interdependência em que os diversos elementos se acham uns dos outros exige que uma relação determinada se dê entre as concentrações disponíveis para as plantas. Este equilíbrio,controlado pela natureza especial de cada planta e pelas características próprias de cada elemento,bem como do sistema solo-clima,não se restringe unicamente aos fenómenos da absorção;ele faz a sua intervenção, também,com não menos intensidade,dentro da própria planta,comandando os processos de movimentação dos elementos.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

INDIA RAINS AID PLANTING

India relies on the June-September rainy season to produce food for its 1.2 billion people, as more than half the nation’s crop land isn’t irrigated. Timely rain is crucial to boosting incomes of the 742 million people living in rural areas in an economy already forecast by the central bank to expand at the slowest pace in seven years.
The monsoon weather system revived late last month after a two week lull caused by tropical cyclone Aila, which lashed the nation’s east coast on May 25.

From http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20602013&sid=aq5xQnLhOxfA

ANGKOR - CAMBODJA

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MY NORTHUMBERLAND/TYNE

http://www.bbc.co.uk/tyne/content/image_galleries/brian_watson_gallery.shtml

COLINA DO CASTELO DE S.JORGE,LISBOA - PORTUGAL

http://www.flickr.com/photos/biblarte/3040128459/sizes/l/in/set-72157606055786353/

Flickr,The Commons,Biblioteca de Arte - Fundação Calouste Gulbenkian

ERMIDA DE SÃO BRÁS,ÉVORA - PORTUGAL

http://www.flickr.com/photos/biblarte/3480454810/sizes/l/in/set-72157617391388958/

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CASTELO DE VIANA DO ALENTEJO - PORTUGAL

http://www.flickr.com/photos/biblarte/3522712882/sizes/l/in/set-72157617909203867/

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TRIPLE FOSSIL FIND IN AUSTRALIA

http://www.sciencedaily.com/releases/2009/07/090703070846.htm

DE IGUAL PARA IGUAL

Muito passaria ele,muito magrinho,muito amarelinho,a barba por fazer,ali sentado,no poial de uma porta,horas e horas,frente a dois restautantes-bares,junto ao mercado. O movimento que ia por lá,sobretudo,nos bares,à sombra deles,e também onde ele se encontrava.
Lá ia conversando com este e com aquele,mas,muitas vezes,ficava sozinho. E ele sem poder fazer como os outros,ainda que andar pudesse,mas mal,o que uma muleta, ao seu lado, bem indicava. Portanto,lá poder entrar,podia,uma ou outra vez,como os outros,quando a sede,ou a fome, apertassem,mas onde é que estaria o dinheiro para gastar em luxos,onde estaria?
A vontade que se tinha de chegar ao pé dele e dar-lhe alguma coisa para ,também,ele ir lá dentro beber ou comer o que entendesse.Mas havia receio de o magoar mais,o que bem se compreende.
Por enquanto,ainda ele comprimentava ,de igual para igual, quando junto dele se passava. Mas,depois,quando dinheiro aceitasse,ou não tivesse aceitado,o que iria dar na mesma? Ficaria o entendimento,irremediavelmente,estragado.

TRISTEZA INCONTIDA

A senhora não sabe ler? A tal pergunta,ainda por cima com a pena em que ela vinha envolvida,
era de se ver o que estava ocorrendo. Pois era uma pobre senhora que tinha ainda bons olhos para ler,mas que não era capaz de ler. A tristeza incontida,uma expontânea,outra de contágio,que se derramou por ali,que o mal era daqueles de se querer pegar. A senhora não sabia ler. Coitada dela. Alguns diriam que não,que haveria pior.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

US AGRICULTURAL RESEARCH LINES - 2009

Approaches to developing component strategies include A) incorporating legumes into organic crop rotations to maximize nitrogen fixation, B) composting that provides a productive and safe amendment for organic agriculture, and C) optimal agronomic practices for managing nutrients and production on organic farms. Approaches to determining agroecological principles include investigating the following variables within the Beltsville long-term Farming Systems Project that compares two conventional and three organic rotations, A) crop performance, B) soil nitrogen dynamics in relation to nitrogen inputs, C) soil carbon sequestration and greenhouse gas flux, D) soil biological community structure in relation to soil quality and production performance, and E) soil erosion and nutrient loss potential.

NEW FOSSIL PRIMATE

http://www.sciencedaily.com/releases/2009/06/090630202125.htm

BOM FUTURO SEED SALES RISE

http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20602013&sid=a0BDbMVQt1rw

terça-feira, 30 de junho de 2009

O ALMOCINHO

O senhor é uma fonte de historietas,pois não se cansa ele de sonhar com o que vai ter para o almocinho,talvez,como prato forte,afinal,sempre o mesmo,para não variar. Entra onde ele se encontra,acabado de chegar,ainda a fumegar,trazendo uma cara de iluminado,como se tivesse visto algo sagrado.
Faz lembrar uma criança prestes a ter na sua boca um caramelo gostoso com que sonhara horas a fio. Quase que pula em frente do mostrador. Só falta ele gritar,alto e bom som,é esse aí que eu quero,esse que está mais queimadinho.
Afinal,muito enganou o senhor,visto o almocinho não ser o dele,mas do neto.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

"CAMPANHA DA POEIRA"

"Foi em 26 de Maio de 1823 que se deu o movimento absolutista conhecido por Vilafrancada ou Campanha da Poeira,iniciado pelo pronunciamento de infantaria 23,que o governo liberal transferira de Lisboa para Almeida,e que ao chegar a Vila Franca,se insubordinou,aos gritos de
"Viva D. João VI,rei absoluto". Não tardou que D. Miguel,acompanhado por um esquadrão de cavalaria,se viesse reunir ao regimento amotinado, juntando-se-lhe a 31 de Maio D.João VI,
escoltado pelo regimento 18. O soberano conservou-se aqui até 5 de Junho...."
RAÚL PROENÇA
Guia de Portugal Volume I pg.594
Biblioteca Nacional de Lisboa
1924
Apresentação e Notas de
Sant'anna Dionísio
3ª reimpressão 1991
Fundação Calouste Gulbenkian

HYBRID RICE WITH SUPER HIGH YIELD

http://agron.scijournals.org/cgi/content/abstract/101/3/688

CONTROL OF WHEELCHAIR WITH BRAIN WAVES

http://www.sciencedaily.com/releases/2009/06/090629101848.htm

TESTAMENTO

O diabo do homem,para o que lhe havia de dar,ali sentado,de manhã à noite. Não devia estar bom da cabeça,coitado,era o que constava. Qualquer dia,ficava-se para ali,para ali e para sempre,seria o mais certo. De qualquer maneira,lá pensaria ele,ou outro,que não seria só ele a pensar,se não fosse ali,seria noutro sítio,o que,bem vistas as coisas,ia tudo dar ao mesmo,o que,aliás,era isso bem sabido,mas todos procuravam esquecer,coitados deles,que já traziam,quando nasciam, o destino bem marcado,que era o mesmo para todos,sem tirar,nem pôr,nem que fosse o mais pintado,ou pintada.
E o que é que ele fazia ali sentado? Pois escrevia o seu testamento. Quem não acreditasse é porque não teria também o seu testamento a escrever,o que seria muito triste,por ter cá estado sem ter nada para deixar. E fora do nada havia tanta coisa para deixar,que só quem não tivesse vivido é que não teria nada para deixar. Ora ter vivido e nada deixar deveria ser uma coisa muio triste,de que todos quereriam fugir.

domingo, 28 de junho de 2009

UMA EXISTÊNCIA DE SONHO

"Quantas vezes me detenho a pensar,e a dizer aos melhores amigos da minha vida,àqueles a quem devo as horas mais silenciosas,mais recolhidas e mais belas: - Valeu-te a pena? Trocaste a vida pelo sonho. Gastas-te a criar,sabe Deus à custa de que absorção dolorosa. Nem vaidade satisfeita,nem vulgares interesses mesquinhos. Deste-nos a tua alma,e a tua existência foi um esforço sobre-humano para atingir a beleza espiritual e a beleza moral. Nisto passaram as melhores horas - passou a vida - e se consumiram cérebro e nervos,de homens que se chamam Herculano,Antero,Camilo e Junqueiro,que durante vinte,trinta anos,levaram a alma ao fogo dum cadinho,esquecendo-se que a vida galopa a nosso lado,e de que,se nos arrependermos,não há esforços,nem gritos,nem súplicas,nem sentimentos,nem razões que a detenham. Profissão,se é profissão,a pior de todas que conheço. Dela,extraem alguma vaidade,e quase todos sofrimento. Dela se morre. Vejo Camilo deitar a mão ao revólver e leio nos olhos de Antero o minuto supremo de angústia. Aí está o Eça exausto,e o pobre Fialho carrega com um fardo que me mete medo. Todos estes homens só tiveram uma existência de sonho,uma existência tão pesada e humilde de trabalho,que não há aí ninguém que a comprreenda,que a inveje. Uma força os obriga a subir sempre,a subir ainda que não queiram. Nem desviam os olhos,nem se sentem sangrar. Totalmente se entregam..."

RAUL BRANDÃO
Memórias (Tomo II)
Obras Completas Vol.I p.208
Edição José Carlos Seabra Pereira
Relógio D'Água
1999

UM CASO DE CARÊNCIA DE MANGANÉSIO,1952 - XXV

Sódio

Supõe-se que não tem função especial na maior parte das culturas,que apenas são beneficiadas na falta de potássio. Algumas há,no entanto,que, mesmo em condições de suficiência deste elemento,respondem satisfatoriamente à acção do sódio. Assim,na beterraba sacarina e na forrageira,nos nabos e no aipo,a melhoria faz-se sentir através de um maior vigor,duma cor mais viva da folhagem,duma mais elevada resistência às doenças e a condições de secura.

Cobalto

Quando os pastos não têm este elemento em quantidade suficiente,o gado que deles se alimenta,
em especial o vacum e os carneiros,manifestam por sintomas vários a acção da sua carência. Em relação aos carneiros,origina a doença "Bush Sickness" na Nova Zelândia.

sábado, 27 de junho de 2009

SER SANTO

"A Vida de S. Francisco de Assis,de Sabatier,exerceu em Junqueiro uma influência extraodinária. Logo que apareceu,leu-a e só falava nela a toda a gente. Foi desde então que quis ser santo."

RAUL BRANDÃO
Memórias (Tomo II)
Obras Completas Vol.I p.197
Edição de José Carlos Seabra Pereira
Relógio D'Água
1999

MUITO ALEGRE

Cobrança de dívidas era a ocupação dele naquela altura,ainda que não parecesse,nem de perto,nem de longe. Mas era isso que ele vinha fazendo,não havia dúvida alguma,que a sacola que ele trazia,suapensa do magro ombro,bem o indicava.
E assim apareceu ali,e assim se foi,um tanto trôpego,muito alegre,cantarolando mesmo,talvez por efeito de algum copito a mais,que um homem precisa de se dessedentar.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

DO ÁLCOOL

"Junqueiro escreveu algumas poesias eróticas,que um livreiro do Porto a ocultas coligiu e publicou tirando quarenta exemplares. José Sampaio arranjou um para a Biblioteca Municipal do Porto. Junqueiro,que passou a vida a comprar por todo o preço esses exemplares,deu o manuscrito da Pátria à Câmara do Porto em troca do exemplar da Biblioteca. E dizia: - Esses versos não são meus,são do álcool."

RAUL BRANDÃO
Memórias(Tomo II)
Obras Completas Vol.I p.197
Edição de José Carlos Seabra Pereira
Relógio D'Água
1999

SESSÃO TERMINADA

A casa enchera-se,pudera não. É que ia falar o chefe,mais propriamente,o chefe dos chefes. Estavam os chefes,todos os chefes,como mandavam as boas regras,e alguns peões,os que acharam que não deviam faltar por causa das coisas,dessas coisas que estavam sempre a acontecer.
O chefe dos chefes falou,lá dizendo de sua justiça,que era,aliás,muita,não fosse ele quem era,e depois, consentiu,dada a circunstância do momento,que outros dissessem também lá de sua justiça. Falaram alguns chefes,mas só alguns,senão nunca mais se saía dali. Os peões estavam retraídos,mas houve um que se atreveu.
Queria ele saber,e fê-lo com a máxima compostura,mais pormenores disto e daquilo. Foi atendido,mas não ficou satisfeito,pelo que insistiu,também com a máxima compostura.
O que é lá isso? Olhe,que abusos não admito. Mas... Não há mas,nem meio mas,cale-se,e já.
Foi uma corrente de ar polar que passou por lá. Estava a sessão estragada. Estava a sessão terminada.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

EARTH,FROM A BIRD´S EYE

http://dsc.discovery.com/news/slideshows/earth-day-2009.html

MICROBIOLOGY:NO PLACE TOO COLD

http://www.sciencemag.org/cgi/content/summary/324/5934/1521

NUTRIENT IMBALANCES IN AGRICULTURAL DEVELOPMENT

http://www.sciencemag.org/cgi/content/summary/324/5934/1519

WHEAT FALLS

http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20602013&sid=ao.7RYbtZJHk

MUITO GRATO

Ele não podia imaginar quanto o outro lhe estava muito grato,pois não saberia o que era essa coisa de estar agradecido. Depois,ele tinha tido com o outro um procedimento que alguns considerariam reprovável,merecedor de tudo,menos de gratidão. É que tivera a coragem ,não uma vez,mas duas ou três,de expulsar o outro,à má cara,lá dos seus domínios,que achava serem muito dele,pelo que tinha feito para os ter,só por o outro se ter atrevido a pisá-los,ainda que apenas lá num cantinho,sem o seu augusto consentimento.
E o outro,apsar dessa ruindade sem nome,porque é que lhe estaria muito agradecido,sem o declarar,evidentemente? Ora porque é que haveria de ser? Não era ele o dono,para todos os efeitos,de uns tão belos domínios,o que o tornava muito importante? É que sendo assim,teria receio de que a sua importância fosse ensombrada,dalgum modo,ainda que minimamente, por o outro os ter pisado,ao de leve,lá num cantinho,aquelas duas ou três vezes?
Era,assim,o outro tão importante? Só por pensar numa coisa dessas,e não admitir,claro,o outro lhe estava, para todo o sempre ,muito grato.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

COLABORADORES

O diabo do homem,sempre a mudar de empregado. Mas não será ele a cansar-se de ver sempre a mesma cara,e sim o contrário,pelo menos,por um tempo. E isso pela razão simples de que a paga não será por aí além, que o negócio não dará para mais. Tem chegado,pelo menos,
também,para ele ir dilatando a barriga,que ali perto não falta onde a tratar.
Os ajudantes,coitados,que já estariam a precisar de reforma,a certa altura,que eles lá saberão qual é,perderão a paciência,e vão dar uma grande volta,de onde só regressam passado algum tempo,quando já não podem mais resistir à penúria. Têm de voltar,coitados,pois por ali não haverá muitos patrões a precisar de colaboradores como eles,mais para o velhote,que são mais baratos,e para o que é servem muito bem.

VER AS MONTRAS

Olá,mestre barbeiro,que belo carro o senhor arranjou,já não era sem tempo,os meus parabéns pelo bom gosto. Mas eu não tenho carro,nunca tive. Olhe,desculpe,foi engano,mas quem ia ao volante era mesmo a sua cara,ia jurar.
Não sou de luxos. Para quê carro?,só dão despesas,e a vida não está para isso. Para viajar,tenho as pernas,que ainda estão boas, e os transportes,que é o que não falta par aí. Para ir lá à terrinha,tenho o comboio,que me leva quase lá.
A terrinha,a sua santa terrinha,donde abalara era ele ainda moço. Ia lá todos os anos,pelas vindimas,ver se ainda lá estavam uns pedacitos que fora comprando a pouco e pouco,e que trazia de renda,pois não tinham ainda faltado quem as quisesse arrendar.
Do país,conhecia as ruas lá do bairro onde acabara por se instalar com a sua barbearia já lá iam uns bons anos,ruas que ele percorria aos fins de semana,a ver as montras. Depois,para se entreter,à noite,tinha lá a televisão,que chegava muito bem,além de jornais,claro,sobretudo,desportivos,para ter conversa lá com os fregueses.

terça-feira, 23 de junho de 2009

UM CASO DE CARÊNCIA DE MANGANÉSIO,1952 - XXIV

Molibdénio

Distribui-se por todo o organismo das plantas,tendo sido encontrado em quantidades relativamente grandes nas sementes das leguminosas. Parece desempenhar uma acção indispensável na fixação do azoto atmosférico,contribuindo,portanto,para o normal desenvolvimento dos nódulos das leguminosas. Julga-se que também interfere na redução dos nitratos.
Embora não se conheçam casos típicos de falta de molibdénio nas condições de campo,alguns fisiologistas têm,em ensaios de laboratório,provocado em certas plantas uma sintomatologia relacionada com este elemento. Assim,no tomateiro,as folhas mais velhas apresentam um característico mosqueado clorótico,a que se segue a necrose das manchas marginais e a frutificação não se dá em virtude da queda total das flores. A aveia apresenta,na altura da floração,áreas necróticas a meio da folha,que,desenvolvendo-se,ocasionam o fendilhamento do parênquima.
Na Austrália,em certas regiões de pastagens,verificou-se que a aplicação de molibdénio,além de ter aumentado o crescimento das plantas,fez desaparecer a cor amarelada patente em zonas não tratadas.

À JANELA

Um,estava casado,e tinha a mulher ao pé. O outro,casaria dali a dias. O trabalho os juntara,e lá iam trabalhar.
Antes de chegarem lá ao trabalho, ou depois dele,era conforme,saíam-lhes ao caminho duas meninas já crescidinhas,que passavam a vida à janela,quando os paizinhos não estavam em casa por terem ido trabalhar,que era preciso quem o fizesse.
Não se sabe o que por lá faziam. O que se sabe é que um,estava casado,e tinha a muher ao pé,e o outro,casaria dali a dias.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

BIOSORBENTS FOR HEAVY METALS

http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B6T4X-4V35425-1&_user=10&_rdoc=1&_fmt=&_orig=search&_sort=d&_docanchor=&view=c&_acct=C000050221&_version=1&_urlVersion=0&_userid=10&md5=c162e23063d1acb17440b7b432aa44a3

DUQUESA

Então,minha senhora,que me diz a isto? Olhe,não sei bem o que lhe diga. Mas,agora,estou eu a pensar,sempre lhe vou dizer alguma coisa. Eu sou muito republicana,sempre o fui,que foi assim que o meu paizinho,que já lá está,me ensinou,mas não me importava nada de ser condessa,pelo menos,por uns tempos. Mas olhe que ser duquesa era melhor. Ah era?,então está bem,seja duquesa. Mas olhe que eu continuava a ser muito republicana,que foi assim,como já disse,que o meu paizinho me ensinou.

domingo, 21 de junho de 2009

UMA HORTA A VALER

Sentara-se a uma sombra,fresca e sossegada,que uma árvore de densa folhagem fazia. Apenas o falar de um passarinho cortava o silêncio que ali se instalara. Lembrara-lhe essa sombra uma outra, em tempos muito lá de trás,que,repetidamente,frequentava, e que acolhia,não um passarinho,mas famílias de melros.
O sossego era o mesmo,só que não o era a paisagem. Lá nesse passado remoto era uma rica horta,uma horta a valer,com nora e caleiras,que ele via,enquanto ali eram casas e mais casas,carros e mais carros, à espera de que gente chegasse.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

SUDDEN COLLAPSE IN ANCIENT BIODIVERSITY

http://www.sciencedaily.com/releases/2009/06/090618161150.htm

ALGAE-BASED FUELS

http://www.greenbang.com/algae-biomass-group-wraps-up-first-conference/

DE MALA AVIADA

O que são as coisas. Não interessa saber o sítio aonde ele queria ir,pois sítios há muitos,era um deles,e nunca tinha lá ido,embora tivesse tido muitas vezes desejo de lá ir. Contava,assim,por lá andar uns dias.
E,um dia,lá se meteu ele,de mala aviada,num comboio,para ir a esse sítio. Lá chegado,levaram-no a um quarto,e do quarto não saiu durante os dias que podia lá estar,sem ter visto,pode dizer-se,o sítio que tanto gostava de ver. O que são as coisas.

QUASE UM MILAGRE

Uma coisa daquelas,só visto,contado não tem graça. Tantos sem fazerem nada de comer,e de usar,e uma maioria,quase esmagadora,a viver,pode dizer-se,de uma minoria que faziam essas coisas. Quase um milagre.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

PARQUE NACIONAL HENRI PITTIER - VENEZUELA

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http://www.flickr.com/photos/barloventomagico/3240548858/sizes/l/

http://www.flickr.com/photos/barloventomagico/3239712011/sizes/o/

UM CASO DE CARÊNCIA DE MANGANÉSIO,1952 - XXIII

Zinco

Tanto a formação da clorofila, como a actividade meristemática,parecem ser influenciadas por este elemento,através da sua cção catalítica e reguladora e na forma de substâncias enzimáticas.
A sua deficiência tem sido observada mais frequentemente nas árvores de fruto. A clorose das folhas é um sintoma geral,com um aspecto mosqueado entre as nervuras,podendo a cor das manchas ser esbranquiçada,como sucede nos citrinos e no milho. Normalmente,a par da clorose ,surge também um encurtamento demasiado dos entrenós,desenvolvendo-se um aspecto
a que se dá o nome de ramalhete : na extremidade dos ramos vê-se um tufo de folhas mais pequenas que o normal.
O zinco é responsável pelas seguintes principais doenças : "Little Leaf" ou "Rosette" das árvores de fruto,"Mottle Leaf" ou "Frenching"dos citrinos,"Bronzing"de algumas plantas do género Aleurites,"Rosette"do Pinus radiata,"White Bud" do milho.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

"BOA FAMÍLIA"

Diante das maravilhas do universo,mesmo ali á vista para quem as esteja a ver,ou queira e puder ver,ou saiba que elas lá estão porque outros as viram,diante de tanta grandeza,de tanta riqueza,haverá razões para sentir alguma consolação com isso,ainda que se seja um parente pobre da família humana?
Talvez,se for capaz de se sentir parte dessa grandeza,ainda que muito pouco ou nada usufrua dessa riqueza. Pertence,pelo menos,a uma "boa família".

terça-feira, 16 de junho de 2009

SOVINA INVETERADO

As injustiças que se faziam naqueles muito idos e injustos tempos eram de bradar aos céus. O professor de canto coral,não contente com o mandá-lo comprar todas as manhãs,quer estivesse um sol de rachar,ou chovesse a cântaros,o jornal,ainda o brindava com a miserável nota de quatorze,com a agravante de ser muito regateada,como se tratasse de um grande favor,muito além do serviço prestado.
O ingrato,o miserável que ele era,não restava a mínima dúvida. Isto,durante anos,sem um descansozinho. Um sovina inveterado era,afinal,o que ele era. Era,como vingança justa,de lhe dizer que mandasse outro trazer-lhe o jornal,que uma coisa daquelas não se fazia,um quatorze,um miserável quatorze.

MUITO PARA CONTAR

Coitados dos pombos,o que por ali ia de desassossego. Era o calor,eram os parasitas,e, se isso ainda não bastasse,era o chefe.
Junto ao mercado,formara-se uma rica poça de água,e eles tinham vindo refrescar-se , molhar os bicos,e,ao mesmo tempo,aproveitar alguma coisa de comer que por ali houvesse.
Da comida,puderam servir-se à vontade,que o chefe deixou,mas da água só quem ele lá entendia. O que o desrespeitasse ,já sabia que o esperava uma bicada para ficar com muito para contar. E assim,alguns tiveram de ir à procura de outra fonte.

WHEAT DROPS

http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20602013&sid=avYv7EpCkExc

segunda-feira, 15 de junho de 2009

TIMOR LOROSAE

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MUITOS PERIGOS

Pobres mães,sempre raladas com os seus filhinhos,mesmo quando eles cresceram muito,quando já são homens,ou mulheres. E como mudam os tempos,como mudam as vontades,que até parece não ter havido outros tempos.
Estava ela,a pobre mãe,muito chorosa,à porta da escola,manhã muito cedo. Nem teria dormido,
coitada dela. E quando entrava um,ou dois,os que calhassem,que era hora de começarem as aulas,ela perguntava,muito preocupada,se tinham visto o seu filho,o seu filho que não lhe tinha
aparecido em casa,naquela noite,pela primeira vez.
Nunca lhe tinha feito isso,e ele devia saber que ela estaria muito ralada. O que lhe teria sucedido,que havia por lá muitos perigos,o que lhe teria acontecido?
Lá procuraram confortá-la o melhor que puderam. Não se rale,minha senhora,que ele deve ter ficado em casa dalgum colega,que há muito que estudar,pois estamos em época de exames,ele deve ter-lhe dito. Vá para casa,não se apoquente mais,que ele há-de lhe lá aparecer.

domingo, 14 de junho de 2009

PÔR DO SOL

http://photos1.blogger.com/blogger/609/1252/1600/_MG_2939_a.jpg

Amieira do Tejo

Do blog OLHARES DA NATUREZA,de ARMANDO GASPAR

UM CASO DE CARÊNCIA DE MANGANÉSIO,1952 - XXII

Cobre

Ligado a proteínas várias,funciona de coenzima em alguns sistemas enzimáticos,como em oxidases. Parece desempenhar também algum papel nos processos de respiração e na síntese da clorofila.
Induz,quando em deficiência, sintomas de tal maneira díspares,que a mesma variedade pode apresentar aspectos diferentes segundo as condições. A clorose é uma característica para certas plantas,como o milho, a alface,o aipo,a cebola,mas noutras já não aparece.
Há duas doenças muito notáveis atribuídas à sua falta: o exantema das árvores de fruto e o "Yellow Tip"das plantas herbáceas. No primeiro caso,os rebentos morrem,as folhas apresentam-se cloróticas e de bordos com aspecto queimado,e os gomos dispõem-se frequentemente em cachos. Nos cereais,o emurchecimento e a cor pálida das extremidades das folhas mais novas,e o número bastante reduzido de cariopses são os sintomas mais comuns.