Não mais se pudera esquecer ele do rio Longa,ainda que se tivesse tratado apenas de uma convivência de escassos meses,mas que pareciam ter sido uma vida inteira,pela novidade,pela variedade,pela intensidade do viver. Tinha-se-lhe,de algum modo,entranhado.
Bebera da sua água,embora flitrada,lavara-se com ela,atravessara-o,duas,quatro vezes,a bem dizer,diariamente,de jangada,com demoras,caminhara ao longo das suas margens,por motivo de trabalho,ou por avaria do jipe,vira-o,lá do alto,serpenteando,mansamente,por amplo vale,deleitara-se com o frenesim de muitas bocas de peixe que nele moravam,na disputa de alguma coisa de comer,e com o voo picado de algum pelicano na procura de sustento,admirara a galeria de esguias palmeiras e de tufos de bananeiras que o alegravam,descera-o,uma vez,quase até à foz,vendo desfilar lagoas por ele deixadas,restos de inundação recente,lagoas atapetadas de nenúfares,assustara-se com o indesejável encontro com uma giboia,que ia lá à sua vida,quase noite,abandonando o fresquinho da sua casa de beira-rio.
Podia lá tê-lo esquecido. Fora conhecimento para sempre. Mas não só ele,mas também o Nhia,que o engrossava.
domingo, 12 de julho de 2009
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