quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

PRONTO E PRESENTE

O professor marcava faltas. O que se ouvia,esmagadoramente,era pronto ou presente. Pois é,o pior era aquele p,a iniciar um e outro,aquele falso,que só servia para atrapalhar uma pessoa. E não só ele,havia,e há,ainda outros falsos,com o b,e também,o c. Uns falsos todos,uns traiçoeiros. Deviam todos desaparecer,mas eles não estão para isso,de resto,têm muitos para os defender.Oh senhor professor,tenha pena de mim. Desculpe,mas eu não gosto do p,e de outros,também,mas,agora,o que importa é o p. Quando for caso doutros,eu venho cá ter com o senhor professor,novamente. Mas,agora,é mesmo só o p,desculpe,repetir. É que o p atraiçoa-me,não gosto dele,cá por coisas,não vale a pena estar para aqui a incomodá-lo. Oh,homem,diga lá,que eu sou todo ouvidos. O que é que o apoquenta,que eu já estou com pena de si?O p,senhor professor,o p atraiçoa-me. Quando eu chamo por ele,faz-se de mouco. Está a ver?,de mouco. O engraçadinho. E não vem,e não vem. Grita ele,lá de dentro,chama outro,não estou para te aturar. E isto,já de há muito,nem já me lembro quando começou. Olhe,senhor professor,venho lhe pedir para o trocar por outro. Mas já agora,estou-me a lembrar,e se o senhor professor me dispensasse de abrir boca? Eu, sempre que vier, sento-me ali na primeira fila. O senhor professor,quando das faltas,olha para lá,para essa fila. Se eu lá não estiver,marca-me falta. É simples. Não custa nada. Concorda? Concordo. Que alívio,senhor professor,muito e muito obrigado. Creia que nunca mais o esqueço. Muito obrigado,para sempre.

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