quinta-feira, 25 de setembro de 2008

QUEM MUITOS BURROS TOCA...

Fora um balde de água fria. Lá estava a mansão que devia ter muito para contar. Uma escadaria em leque levava ao andar nobre. Em frente,estendia-se um amplo terreiro mal cuidado,que se prolongava por campos a mato. Um não sei quê de abandono escapava-se do solar. Não era aquilo que se esperava.
Lá dentro,mais se acentuou a desilusão. As paredes e os tectos estavam numa lástima. Se não lhes acudissem,em breve desabariam. Os móveis pediam reforma urgente. A cozinha,com uma chaminé de convento,parecia uma loja de ferro-velho. A um canto,cobria-se de poeira uma mesa de séculos. Pelas bancadas,espalhavam-se vitualhas diversas,com aspecto de estarem ali para servirem de pasto a baratas,ratazanas e demais família. Uma tristeza.
Lembrava tudo aquilo a casa de um fidalgo arruinado por dívidas de jogo ou de negócios mal conduzidos. Mas não era este o caso. Simplesmente,quem muitos burros toca,algum há-de ficar para trás.

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