quarta-feira, 24 de setembro de 2008

UM CASO TRIVIAL

Eram uns peixinhos muito vorazes aqueles. Mal se abeirava gente,punham-se logo todos de bocarra bem aberta,muito juntos,em jeito de competição. Não lhes chegaria a comida que o amo lhes dava.
Um pai de família sabia disso. E assim,viera de casa bem aviado. O filho havia de se divertir muito. Quando se preparava para entrar em cena,uma voz forte susteve-lhe o gesto. Via-se bem que o dono dela,coitado,não regulava bem da cabeça,mas conhecia a lei que ali vigorava. E isto mais o travou e enleou. Ser repreendido,diante de testemunhas,por um sujeito daqueles.
Esteve ali uns momentos,momentos terríveis, sem saber o que fazer,parecendo bloqueado. Submeter-se àquele sem juízo,nunca,só por cima do seu cadáver. E era tão simples. Bastava uma moedinha numa máquina,ali à sua mão,tal como outros,a seu lado,já tinham feito.
E sucedeu o que era de esperar. O filho que tivesse paciência. Viriam noutra ocasião. Naquela,já se estava fazendo tarde.
Um caso trivial,a modos de exemplar. Ah,estes respeitos humanos.

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