quinta-feira, 9 de abril de 2009

TEXTOS DE UM ACASO - 9

Fora um golpe de mestre. O moço só mais tarde se apercebeu. De princípio,fragilizado como andava,não estava em condições de ver claro. Até agradeceu a oferta,pois vinha-lhe resolver alguns problemas. A pouco e pouco,foi,porém,juntando peças. As tarefas de que o encarregaram podiam ter sido dispensadas ou proteladas. Parecia coisa para empatar,para entreter. Afinal,não valera muito a pena ter mudado.Não era ainda o trabalho que o deixava satisfeito. Mas não tinha outro remédio senão resignar-se,ter paciência,à espera de melhores dias.
Qual teria sido a motivação do chamamento? O que estava executando podia ter sido realizado por outros,que os havia,pois não requeria especial preparação. Portanto,não teria sido essa a causa. Um simples capricho de ocasião? Tratar-se-ia,talvez,também,de uma questão de simpatia. De início,ainda pensou nesse motivo,mas rapidamente o pôs de lado,pois o tratamento passou a ser tudo menos amistoso,em que se sucediam impertinências,asperezas,o que o levou,
até,a querer abandonar o barco,pois tal navegação não convinha a ninguém. Mas para onde,se não via outro por perto.
Porque se criara tal situação? Que teria feito, ou omitido,ou ignorado? Dava tratos o pobre moço à cabeça,mas não atinava com uma saída capaz. E assim permaneceu,pois da parte contrária não veio uma explicação,nem ela foi pedida. Deixou,simplesmente,de contar. E para ali ficou,como se não existisse. O que teria acontecido? Mais outro mistério insondável.

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