sábado, 25 de abril de 2009

AR DE PÂNICO

Os pavores que por aí se escondem. O que vale é o esquecimento,mas, ao mínimo sinal de alarme,lá eles irrompem de novo,até com mais ímpeto.
Ele não tinha ar de mestre de obras,ou de fiscal delas,pelo menos assim lhe parecia,pois foi tomado como tal,mas talvez um qualquer de fora o fosse. Subira as escadas,já muito gastas,dos anos,e batera à porta. Surgiu logo uma senhora,de muita idade, muito aflita.
É por causa da demolição? O ar de pânico era tão claro,que metia dó. Oh não,sossegue,que era o que se impunha,ainda que certezas não houvesse,nem perto,nem longe. Então,porque bateu? Continuava desassossegada. Ainda bem que é por outra coisa.
Não calcula as apreensões que vão por aqui. Será hoje,sérá amanhã? Nem durmo com jeito. Acordo,às vezes,sobressaltada,a pensar que me vão pôr fora. Aos anos que aqui vivo. Aqui queria morrer. E quase chorava.
Mas está assim para breve? Corria há tempos por aí que não demoraria muito. Mas certamente não os vão deixar na rua. Prometeram que sim,que nos dariam uma casinha. Mas sabe,de promessas está o mundo cheio. Estamos fartos de ouvir. Só quando estiver lá dentro é que acredito,e descanso.

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