domingo, 8 de março de 2009

UM DECANO

Disse que tinha cinquenta anos. A cara era magra e o resto do corpo ia pela mesma. Naquela manhã de um Dezembro muito frio,estava ali,em local,no geral, muito concorrido,a tentar ganhar uns cobres,arrumando carros,quase sempre,com competidores,que a vida estava má. Ele era o decano. Na altura,trabalhava sozinho,talvez por ser muito cedo.
Então,vai dando para as sopas? Tem de dar,que remédio. Não tenho outra saída,sabe. Com a idade,e com a maldita doença,já ninguém me quer. É a vida. Tive em tempos um subsídio. Coisas que acontecem. Cá me vou aguentado. Olhe,está a chegar um carro e há ali sítio para ele.

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