sábado, 7 de março de 2009

UM DESPLANTE

Coitado do velhote,assim se pensava,quando o viam carregando sacos,às vezes,mais do que um em cada mão. É que se julgava ter ele de se deslocar de muito longe,para se vir abastecer.
Afinal,não era caso para ter pena dele,antes pelo contrário,quanto àquele palmilhar de respeito. É que o fazia por gosto,convencido de que estava ter sido esta proeza o que lhe tinha servido para aguentar o crescer dos anos, sem fim à vista.Chegava ao ponto de dilatar em muito as muitas passadas,caminhando para locais opostos ao de sua casa. E isto,sempre na companhia dos carregos,como se gostasse deles. Um desplante,um prodígio,na idade que já contava,que,ele,a cada passo,anunciava,acrescentando nunca ter precisado de médico.
Sabia-se lá até quando ele iria resistir. Era capaz de ir desta para melhor depois de muitos que reparavam nele ,de início,com pena,depois,com admiração.

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