terça-feira, 23 de dezembro de 2008

POR UM FIO

A que um pobre estava sujeito. Para fugir de médicos de porta aberta,conseguiu abrigar-se sob a asa protectora de uma associação de bem fazer. Mas por muito pouco tempo. É que um dos seus esculápios lá achou que ele estava a abusar. E vai daí,apontou-lhe a porta de saída,um tanto à má cara.
Mas ele achou que não podia ficar desamparado. E na primeira oportunidade,tentou recorrer a outra asa protectora. Mas aí,um outro esculápio,da mesma família do anterior,o esperava. De que males padece? E ele,julgando que era para seu bem,contou a verdade. Então,queria esvaziar os cofres da casa? E depois? Que fosse dar uma volta.
Deixou passar uns tempos,e voltou à carga,na mesma porta,pois fora informado de que tinham mudado de esculápio. Aconselharam-no,também,a mentir,que estava são que nem um pero,mas as coisas,às vezes,acontecem,pelo que dera aquele passo. Assim fez e foi acolhido de braços abertos. Entretanto,ficara menos pobre,pelo que não deu grandes rombos nos cofres,apenas umas ligeiras beliscaduras.
Mas além da saúde,há a vida. E quis fazer um seguro dela. Lá estava,mais uma vez,um esculápio a examiná-lo,dos pés à cabeça,muito rigoroso,sócio,talvez,da empresa. Aquilo foi uma revisão geral,todo nuzinho,como lhe tinha sucedido na tropa,onde,ailás,o acharam capaz para todo o serviço,algum do qual foi prestado,sem reclamações.
Você já viu aqui esta saliência? No peito,um osso apontava um poucochinho. Nunca reparou? Não o incomoda? Não. Tem graça. Ora mostre lá as análises. O que vai aqui. Oh homem,você queria desgraçar a minha companhia? Vista-se. E trate-se. Olhe que isso está por um fio. Com que então queria deixar a família milionária?

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