Georges! anda ver meu país de Marinheiros,
O meu país das Naus,de esquadras e de frotas!
Oh as lanchas dos poveiros
A saírem a barra,entre ondas de gaivotas!
Que estranho é!
Fincam o remo na água,até que o remo torça,
À espera da maré,
Que não tarda aí,avista-se lá de fora!
E quando a onda vem,fincando-a a toda a força,
Clamam todos à uma: "Agôra! agôra! agôra!"
E,pouco a pouco,as lanchas vão saindo
(Às vezes,sabe Deus,para não mais entrar...)
Que vista admirável! Que lindo! Que lindo!
Içam a vela,quando já têm mar:
Dá-lhes o vento e todas,à porfia,
Lá vão soberbas,sob um céu sem manchas,
Rosário de velas,que o vento desfia,
A rezar,a rezar a Ladainha das Lanchas:
Senhora Nagonia!
...
Senhora Daguarda!
...
Senhora d'Ajuda
Ora pro nobis!
Caluda!
Sêmos pobres!
Senhor dos ramos
Istrela do mar!
Cá bamos!
...
ANTÓNIO NOBRE
Poesia Completa
Só
Lusitânia No Bairro Latino
1988
Círculo de Leitores
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
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