terça-feira, 9 de dezembro de 2008

UM FANTASMA

Nunca ia sossegado. Foi um ano de pavores aquela arrancada escolar. E que longo era o caminho,para os seus sete anitos. A culpa daqueles pavores deve ser lançada à conta da partida que lhe tinham pregado uns meses antes. Até a gaguejar ficara. A coisa também não era para menos,deve-se concordar.
De repente,aparece-lhe pela frente,como vindo do ar,um fantasma. Um lençol a saltar,a guinchar. Uma brincadeira de mau gosto de uma menina já crescidinha. Pois ficou para morrer. O certo é que acreditou e durante largos meses aquela alma penada perseguiu-o.
Ia sempre a olhar para trás,desconfiado. Para piorar as coisas,tinha de passar por um boqueirão de respeito,onde constava morarem,lá nos fundos,lobisomens. O que ele corria naquele troço. Depois,um pouco mais adiante,havia uma ruazinha muito estreita,quase empinada,onde acontecera um milagre. E isso mais o amedrontava.
É de admitir,pois,que esta amarga experiência,em começo de vida, tenha contribuído para uma certa timidez que o acompanhou durante muitos anos.

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