sábado, 14 de fevereiro de 2009

PARA O ESTRANGEIRO

O olhar dele,um homem alto,meio alourado, aí de uns quarenta anos,era triste, parecendo andar ali a cumprir forte pena. Arranjara trabalho,é certo,coisa muito rara de onde viera,mas estaria raladinho de saudades lá do seu torrão. Já iam para seis anos quando de lá saíra.
Então,aquilo por lá não muda para melhor? Não podia,que só com agricultura,que é o que havia por lá,não se sai da cepa torta. Fora sempre assim,não havia nada a fazer. Só um milagre.
Para sorte dele e de muitos, outros,onde agora se encontrava a fazer pela vida, a coisa era bem diferente,parecendo que continuaria a sê-lo,o que ele pediria aos seus santos que assim fosse por muito tempo. Também pediria que a disposição dos naturais se mantivesse,enjeitando trabalhos que os de fora não se importavam de fazer. Preferiam outros,trabalhando na sua terra,para o estrangeiro. E disse isto de uma maneira híbrida,misto de satisfação e de censura.

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