terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A TERCEIRA CASA

Naquele recuado tempo,havia casas para dar e vender ,assim pode ser dito,e baratinhas,quase a preço de saldo. Não foi difícil,pois,arranjar uma. Não era como a primeira,mas isso era para esquecer. Paciência,tanto mais que a situação dela era para invejar,mesmo em local onde aconteciam coisas.
Depois,o espaço era folgado,não como muitos,lá para diante nos anos,onde mal se podia respirar.Para mais,tinha também um quintalinho,para as galinhas,e,mais do que tudo,uma oliveira,o símbolo da paz,que não se esquecia de cumprir a sua primeira obrigação,que era a de dar fruto,que era todo aproveitadinho,o que fazia um grande jeito,e melhor proveito.
Das coisas a acontecer,há que referir,sobretudo,as entradas de toiros.É que uma das janelas estava mesmo em frente do seu recolher na praça. Quando tal sucedia,era noite perdida,pois não se sabia a hora do acontecimento. Era quando calhava,pois os bichinhos tinham lá as suas manias,pelo que obrigavam andar atrás deles,visto não serem lá muito certos. Mas valia a pena. Um espectáculo,de sons indefinidos,de vozes,de chocalhos,de gritos,de sombras,de mistérios.
Ficam para uma outra altura o desvendar desses e doutros mistérios,e talvez não,porque a vida sem mistérios não tinha graça alguma,era vida acabada.

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