Aquelas terras não lhes pertenciam. Eram foros antigos. Teria sido transacção sob palavra ou com o fazer de um documento que se sumira. Estavam agora ali irreconhecíveis. O trabalho de gerações tinha feito o milagre. Além do chão,tornado úbere,havia casas e poços.
Certo dia,um dos herdeiros achou que aquilo não podia continuar assim Tinham de sair de lá,que as terras eram dele. E era verdade,à face da lei.
Não queriam acreditar os coitados. Então o que vai ser da gente? Para onde iremos morar? E quem nos paga os melhoramentos que aqui fizemos? Se nos querem tirar daqui,há-de ser sobre os nossos corpos.
Ainda tiveram ilusões. Aquilo era uma muralha que metia respeito. À frente,dispunham-se as mulheres com os filhos,à laia de tropa de choque. Atrás,ficaram os homens,para os reforços. Foi uma luta desigual.
No chão,que tinha sido a cama de muita semente,jaziam, estendidos ,alguns para sempre. Só que destes apenas nasceram ódios.
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
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