quinta-feira, 13 de novembro de 2008

POBRE DE CRISTO

Ó minha terra na planície rasa,
Branca de sol e cal e de luar
Minha terra que nunca viste o mar,
Onde tenho o meu pão e a minha casa.

Minha terra de tardes sem uma asa,
Sem um bater de folhas... a dormitar...
Meu anel de rubis a flamejar,
Minha terra moirisca a arder em brasa!

Minha terra onde meu irmão nasceu,
Aonde a mãe que eu tive e que morreu
Foi moça e loira,amou e foi amada!

Truz...Truz...Truz... - Eu não tenho onde me acoite,
Sou um pobre de longe,é quase noite,
Terra,quero dormir,dá-me pousada!...

FLORBELA ESPANCA
Alentejo Não Tem Sombra
Eugénio de Andrade
Edições ASA
2002

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