sexta-feira, 15 de maio de 2009

ANJO DA GUARDA

Estava irreconhecível a pobre senhora. Ela, que era,melhor dito,que fora o anjo da guarda de seu filho,um homem aí com quarenta e mais anos,que dela inteiramente dependera.
Acabara de sair de casa. Apoiava-se a uma bengala e a cara era de grande sofrimento. Ele acompanhava-a. E parecia ele,naquela altura,o anjo da guarda dela. Estaria ela,porém,bem arranjada se outro anjo da guarda não consguisse.
Que iria ser dos dois,com ela assim? Talvez,quem sabe,ele se recompusesse de todo. As aflições que o assaltaram,privado,naquela altura,do arrimo que nunca lhe faltara,talvez operassem o milagre. Passaria ele a ser o anjo da guarda da mãe,que se veria incapaz de tratar dele e dela.
Que quadro aquele. A pobre senhora,arrastando-se a muito custo,e ele,ali ao lado,com um ar que,em boa verdade,não se podia dizer qual fosse.

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