Ele estava convencido de que durante largo tempo vivera,em boa parte, à sombra do seu nome. E isto magoava-o,de alguma maneira,pois ficaria para sempre em dívida com quem disso se lembrara,e, pior do que isso,teria de carregar com essa memória,o que era o mesmo,como que a presença de um outro,que não ele mesmo,que não era um nome,mas mais algo do que isso. Depois,estaria sempre a ouvi-lo,ao nome,a dizer que era a ele que tudo devia,que sem ele não iria longe,ficaria lá atrás como os demais,coisas assim,que se está farto de saber,e ele,o nome, muito bem,pela sua muito vivência,que lhe mostraria o costume.
Ele é isso? Pois vamos lá ver se isso é assim,pois assim é que isso não pode ficar. Vou tentar arranjar aí um sítio,onde ninguém me conheça,onde nunca me viram,nem mais gordo,nem mais magro,e vou-me expor,e vamos ver o que daí sai. Então não é que foi atendido tal como não tivesse aquele nome? Afinal,o nome não fora nada para ali chamado. E foi um grande consolo para ele sabê-lo.
Consolo! Ele há cada um. Consolar-se com uma coisa destas. É que com nome,ou sem ele,um nome qualquer,ele,como tantos,não valiam nada,porque,de facto,não passavam de nomes,que o tempo se encarregava de esquecer.
domingo, 17 de maio de 2009
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