"O imóvel da autoria do Arqt. Raul Lino de estilo revivalista-nacionalista,fiel às tradições arquitectónicas da sua época,foi utilizado como "assento de lavoura",mas também como tertúlia política ,artística e musical.
O seu proprietário ,José Relvas(1858-1929),foi figura destacada da 1ª República - por ele proclamada,em 5 de Outubro de 1910,da varanda dos Paços do Concelho de Lisboa,tendo sido também lavrador,fotógrafo,músico,mecenas e filantropo.
O seu pai,Carlos Relvas,foi um conhecido fotógrafo,esteta e cavaleiro tauromáquico,criador do famoso e ainda actual "Selim à Relvas"."
Texto que acompanha as duas primeiras imagens.
" Mas, se o exterior da Casa dos Patudos nos atrai e nos encanta pela sua simplicidade ,a parte interna surpreende-nos pela elegância requintada das sua salas e pelas preciosidades artísticas que as adornam ,numa disposição dum bom gôsto inexcedível. Nessas vastas salas sente-se a impressão de que cada objecto está no seu lugar próprio,sem se aglomerarem,sem se prejudicarem uns aos outros,tão discretamente estão dispostos ,num conjunto único de harmonia e de sobriedade. O mobiliário,as porcelanas,as pinturas e as tapeçarias constituem o núcleo principal das obras de artes tão carinhosa e tão inteligentemente reunidas na Casa dos Patudos.
E, entre estas,destacam-se pela sua qualidade e quantidade,a série de tapetes de Arraiolos - sem dúvida a mais notável no país - constituída por mais de 40 exemplares,que guarnecem as paredes da escadaria principal e as da sala da Renascença,e entre os quais merece referência especial um bordado a sêda e datado de 1761...."
RAÚL PROENÇA
Guia de Portugal 2º Volume
Biblioteca Nacional de Lisboa
1927
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