Não tivera a vida que ela sonhara. Coisas que acontecem,vá-se lá saber porquê. Mas acabara por se conformar. Depois,viera-lhe uma compensação inesperada.
É que,para além do corpo,há a alma, e esta ficara,em boa parte,lá onde fora uma menina feliz. E esse "eldorado",esse "paraíso perdido",passara ela a tê-lo ali bem na sua frente, do mirante da sua penúltima casa. Consolava-a vê-lo. Era como se o tivesse de novo ali,era como se o não tivesse deixado.
E sentava-se na varanda sempre que podia. O panorama era amplo,mas não abrangia todos os sítios das suas belas recordações,talvez das mais lindas. Um dia, poderia também os ter a seus pés.
E esse dia chegou,quando a levaram para a sua última morada,um outro mirante.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
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