quarta-feira, 15 de outubro de 2008

COINCIDÊNCIAS

Começara cedo o moço a refrega da vida,longe de sua terra,um pouco para além de mil e novecentos. Tivera de ser,pois lá em casa eram cinco irmãos,a mãe enviuvara e os teres não abundavam. Não teria sido o primeiro,muito longe disso,e vontade de lutar não lhe escassearia.
Descera uma longa ladeira até ao Tejo,atravessara-o de barca,coisas bem conhecidas,metera-se no comboio,ali perto,mudara para outro e apeara-se na estação que servia o local de destino. Faltavam ainda uns bons quilómetros para lá chegar. Teria ido de diligência,o transporte usual da altura.
Dela,teria avistado um alto morro onde se encarrapitava a terra onde ia trabalhar. Lá dentro,não teria estranhado muito o que vira,sobretudo,o castelo e a igreja. Achá-los-ia maiores,o que era verdade. É que mesmo em frente lá da casa onde nascera havia uma igreja,uma igreja modesta,de aldeia,e a poucos passos,um castelo,que,ainda que menos imponente,tinha muito para contar.
E coisa notável,o que não saberia,é que ambos os castelos tinham tido por senhores,senhores da mesma família,de alto significado. Quase se podia dizer que não tinha mudado de terra,tais as coincidências. Era caso para dizer que começava bem.

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