Necessitaram de encher um sector lá da praça de toiros e ele foi um dos premiados. Além de espectáculo de borla,ainda o gratificaram por umas palmas que,de vez em quando,teve de dar,ao mando de um apito estridente.
O espectáculo teve,também,cenas que ele nunca sonhara ver. Havia dois toiros,ou,melhor,um a valer,de se lhe tirar o chapéu,para a pega a sério,e o outro,uma pobre cabeça,que circulava num carris,onde o galã brilhou,como nunca tinha acontecido.
Mas o melhor estava guardado para o fim,um fim inesperado. O toiro a sério,talvez farto de andar ali às voltas,resolveu ir para casa,galgando a teia. E foi o bom e o bonito,e o salve-se quem puder. Os operadores não pensaram duas vezes. Primeiro,foram as máquinas,sem cerimónias,atiradas para a arena. Depois,foram eles. Um desastre,e dos grandes.
Tudo aquilo,para ele,parecia ter ficado por ali. Mas,a pouco e pouco,aquelas imagens foram fazendo o seu trabalho de sapa,sobretudo,aquela inolvidável pega simulada,e todo o monte de gente ali à volta,cada qual na sua função. É então assim que se fazem as fitas? E ele a julgar que tudo lá na tela se passava naturalmente,como na vida. E volvidas ainda muitas páginas,que o hábito é uma segunda natureza,aborreceu-as de vez,deixando de as ir ver.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
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