quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

UMA JURA

Fora dali que ele saltara? O homem olhava,muito admirado,para o topo do muro do presídio. E não partira uma perna,ou as duas,que seria o mais certo? O que se sabia é que não quebrara osso,nem se magoara por aí além,pois rapidamente fugira dali,como se fosse perseguido por mil demónios,com destino bem marcado.
Coitado dele,tinha pisado o risco lá na tropa,talvez sem querer,que as coisas,por vezes,
acontecem,sem se saber como e porquê,e,para emenda,receitaram-lhe internamento
prolongado naquela masmorra. Mas logo que entrara,teria feito uma jura,uma jura para valer. Aqui é que eu não vou ficar o tempo que eles determinaram,que teria achado exagerado.
Nunca se soube como aquilo se passara,um feito dos grandes. É que o muro se alto era de fora,de dentro não o era menos. Havia também sentinelas,supostamente de olhos bem abertos.. O certo é que numa noite,muito provavelmente sem lua,que todos os cuidados são poucos,transpôs a séria barreira,e,depois,chegado ao chão,ala que se faz tarde.
A santa terrinha não estava longe e nela moravam os pais e a namorada. Aquilo deve ter sido uma grande surpresa,pelo menos. Teve tempo de matar saudades. Mas só isso,pois contra a vontade dele,e dos seus,certamente,alguém,que lhe adivinhara as intenções,se encarregou de o trazer,de novo,para aquele casarão sinistro

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